Número de vagas para ingresso em 2022: 23
Número de vagas para ingresso em 2021: 24
Classificação normalizada do último colocado em
2021: 72,877
Número de vagas para ingresso em 2020: 32
Classificação normalizada do último colocado em
2020: 73,691
1) Como é o seu dia-a-dia enquanto interno
nesse centro hospitalar?
O quotidiano do Interno de
Formação Geral (IFG) no Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA) é variável
consoante a rotação onde estiver alocado. No caso das rotações de Medicina
Interna e de Cirurgia, o IFG dá apoio ao internamento durante o período da
manhã e poderá ter até duas tardes de consulta externa, exceto em um dos dias
da semana, no qual estará de urgência durante 12 horas. No caso da rotação de
Pediatria, haverá lugar a uma sub-rotação entre os IFGs, alternando períodos
nos quais darão apoio ao berçário, ao internamento de crianças e adolescentes,
períodos de consulta externa, existindo também um dia de serviço de urgência
semanal. Nos Cuidados de Saúde Primários, o dia-a-dia passa sobretudo pela
consulta.
2) Faz noites?
Não. Nenhum IFG faz noites no
CHMA. O horário de trabalho difere entre rotações, mas acontece sempre em algum
período do dia compreendido entre as 8h00 e as 20h30. Por outro lado, em
algumas rotações, os IFGs terão turnos de serviço de urgência aos fins de
semana, nomeadamente no caso da rotação de Medicina Interna e de Cirurgia
Geral, nas quais cada IFG fará cinco vezes urgência num dia fixo entre segunda
e quinta-feira, seguido de um turno à sexta, depois um turno ao sábado e, na
oitava semana, um turno ao domingo, repetindo-se este ciclo de oito em oito
semanas. Importa também dizer que os descansos compensatórios são respeitados e
que, pelos turnos de fim-de- semana, é conferida uma remuneração adicional.
3) Tem autonomia para tomar decisões
clínicas?
Não. Quer no internamento,
quer no serviço de urgência, é expectável que o IFG observe doentes de forma
autónoma e que proceda aos devidos registos sobre as suas observações, no
entanto, não é expectável que tome decisões clínicas sobre esses doentes
autonomamente. Em qualquer uma das situações existe sempre algum especialista,
preferencialmente o seu orientador de formação, com quem o IFG deve discutir o
caso clínico do doente que observou e junto de quem deve decidir quais os
exames complementares de diagnóstico a pedir e tratamento a instituir.
4) Como é a relação médico interno-médico
especialista?
Diria que, regra geral, é
muito boa! Os especialistas mostram-se bastante disponíveis para ensinar,
esclarecer todas as possíveis dúvidas e até para nos ensinar a realizar alguma
técnica. O CHMA não tem muitos internos nem muitos alunos, portanto, o IFG é,
frequentemente, o único ou um dos poucos elementos em formação da equipa, o que
acaba por se traduzir em mais oportunidades de ser chamado para ver algum caso
interessante ou para realizar alguma técnica que seja necessária.
5) Em que hospital(ais) e USF(s) podem ser
efetuadas as rotações?
O CHMA é constituído pela
unidade de Famalicão (UF) e pela unidade de Santo Tirso (UST). Todos os IFGs
terão rotações na UF, mas apenas alguns passarão pela UST. Os IFGs são
normalmente distribuídos em 4 rotações sendo que 2 delas estarão exclusivamente
na UF e as 2 restantes farão metade das rotações de Medicina Interna e de
Cirurgia (2 meses) na UF e a outra metade na UST.
Em relação à rotação de
Cuidados de Saúde Primários, os IFGs serão distribuídos pelos ACES de Famalicão
e de Santo Tirso, podendo integrar qualquer USF ou UCSP do ACES ao qual estão
alocados.
6) Há flexibilidade para conjugar o
internato de formação geral com outras atividades, por exemplo investigação?
Em todas as rotações é o IFG
que combina o seu horário com o tutor de formação que lhe é atribuído,
portanto, se houver outra atividade a conjugar com o internato, acredito que
não seja difícil. Quanto a trabalhos de investigação, infelizmente, o CHMA não
tem um centro de investigação associado; no entanto, encontrarão certamente
apoio caso queiram realizar um projeto dessa natureza.
7) Quais são as vantagens e desvantagens
de escolher esse centro hospitalar para realizar o internato de formação geral?
Em relação a principais
vantagens de ser IFG no CHMA, apontaria o facto de não se fazerem turnos
noturnos e de se ter poucos turnos ao fim-de-semana; de o IFG se sentir sempre
acompanhado pelos especialistas e nunca ficar desamparado, tendo, no entanto,
alguma autonomia na observação dos doentes; e de haver oportunidade para lidar
com doentes com patologia muito diversa, porque os cuidados não estão tão
subdivididos como em hospitais mais diferenciados; e de se conseguir treinar
técnicas e participar em diferentes atividades, nomeadamente em intervenções
cirúrgicas caso haja interesse para isso.
Quanto a desvantagens, diria
que, por ser um hospital relativamente pequeno no qual não existem todas as
especialidades, o contacto com especialidades mais diferenciadas fica
prejudicado; não existir oportunidade para realizar estágios opcionais; e estar
associado a um centro de investigação.
8) Que conselho daria a um finalista de
medicina que está prestes a fazer essa escolha?
O conselho que daria a um
finalista de medicina seria para tentar imaginar se gostaria de realizar o seu
internato de formação específica num hospital distrital e menos diferenciado ou
num hospital central, mais diferenciado, e que escolhesse o oposto para ser
IFG. Isto porque, a meu ver, ambas as tipologias hospitalares são diferentes e
cada uma delas tem as suas vantagens e desvantagens, por isso, conhecer as duas
realidades, será certamente uma grande mais valia no futuro!
Para além disso, que
aproveitem muito o IFG, que será o vosso primeiro ano como médicos e no qual
terão certamente oportunidade de evoluir muito como profissionais e como
pessoas.
Espero que o meu relato tenha
sido informativo e que vos ajude nas vossas escolhas. Fico à disposição para responder
a qualquer questão adicional e, se assim o desejarem, escolham o CHMA! Eu
voltaria a escolhê-lo de certeza.
Boa sorte e um excelente
internato de formação geral para todos!
Testemunho da Dra. Andreia Marisa Salgado
Gonçalves
IFG no Centro Hospitalar do Médio Ave, E.P.E.
em 2020
Entrevistadora: Andreia Gi, 6º ano
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