Número de vagas para ingresso em 2022: 58
Número de vagas para ingresso em 2021: 60
Classificação normalizada do último colocado em
2021: 72,305
Número de vagas para ingresso em 2020: 70
Classificação normalizada do último colocado em
2020: 70,333
1) Como é o seu dia-a-dia enquanto
interno nesse centro hospitalar?
Depende da rotação.
Em Medicina Interna: as manhãs
eram no internamento, e normalmente ficava com 1-2 doentes. Escrevia o diário,
e se fosse o caso, a nota admissão, e no final da manhã reuníamos a equipa para
discutir. A urgência era após o internamento das 13h até à 1h da manhã ou ao
fim-de-semana. No Serviço de Urgência, assumíamos doentes e observávamos,
podíamos sempre discutir o plano terapêutico com o especialista. Em termos de
carga horária dependia da equipa, consoante acabasse a discussão mais cedo ou
mais tarde.
Em Cirurgia: também fazíamos o
internamento de manhã, e no meu caso tinha urgência uma vez por semana das
8h-20h ou 12h-00h (mas havia equipas que faziam noite). No internamento, passava
visita com a equipa e ficávamos responsáveis pelos diários e notas de
admissão/pedido de exames. No Serviço de Urgência, dependia da equipa. No meu
caso, não via doentes sozinha. Em Cirurgia, quem quisesse ir ao bloco, também
era bem-vindo! Eu aprendi a suturar, mas depende sempre da vontade de cada um,
quem não gostava não era obrigado.
Tivemos oportunidade de fazer
1 mês de opcional cirúrgica (em vez de 3 meses de cirurgia fazíamos só 2), o
que também foi positivo.
Em Pediatria: foram 2 meses,
um de berçário em que víamos sozinhos a primeira avaliação dos bebés (as
dúvidas discutíamos com os especialistas) e no máximo, saíamos às 20h30, e o
outro mês era em pediatria mesmo e foi o estágio com menos autonomia de todos.
Começava com uma reunião para apresentar os doentes, distribuíam e víamos o
nosso com a equipa que nos calhava. No final, voltavam a reunir para discutir.
Depois, tínhamos uma tarde de consulta e uma tarde de permanência no
internamento. O dia de Serviço de Urgência era das 12h as 00h e era também mais
observacional, não víamos doentes sozinhos. Foi o único estágio, em que
tínhamos um horário de 40 horas atribuído especificamente e que tínhamos de
cumprir rigorosamente. E não sentia que éramos muito úteis.
Em Medicina Geral e Familiar (MGF),
variava consoante o tutor.
2) Faz noites?
Só alguns grupos de cirurgia
faziam noites completas; mas, por vezes, saíamos da urgência de medicina
interna à 1h e à 00h da pediatria e cirurgia (quem não fazia noite).
3) Tem autonomia para tomar decisões
clínicas?
Sim, a única em que me senti
como "aluna" foi no mês de pediatria (exceto o do berçário). Nos
restantes estágios, tínhamos autonomia embora sempre protegidos.
4) Como é a relação médico interno-médico
especialista?
É muito variável, mas
pessoalmente não tive más experiências.
5) Em que hospital(ais) e USF(s) podem ser
efetuadas as rotações?
Todas as rotações, exceto MGF,
funcionam no Hospital de Braga.
Relativamente a MGF, as USFs
podem ser em Braga ou Gerês/Cabreira (que são em Vila Verde ou Póvoa do
Lanhoso).
6) Há flexibilidade para conjugar
internato de formação geral com outras atividades, por exemplo, investigação?
Em termos de investigação, não
acho que seja habitual os IFGs fazerem investigação no hospital (mas também não
procurei)... contudo, há tempo que sobra para fazer isso e outros projetos fora
do tempo de trabalho efetivo.
7) Quais são as vantagens e desvantagens
de escolher esse centro hospitalar para realizar internato de formação geral?
Como vantagens, destaco a
oportunidade de fazer opcional (no meu caso pessoal, decidiu a especialidade
que escolhi). Para além disso, é um hospital novo com boas condições, tem
muitos e bons serviços/especialidades (que podemos experimentar nos tempos
livres para os mais indecisos), autonomia razoável e estimulante sem nos
sentirmos desprotegidos, e Braga é uma boa cidade para se viver.
Como desvantagens: as
noites/sair a 1h da manhã, sendo que no dia seguinte voltamos as 8h30/9h e os
recursos humanos do hospital, que são péssimos e nada eficazes.
8) Que conselho daria a um finalista de
medicina que está prestes a fazer essa escolha?
No fundo, o ano de IFG é
aquilo que nos quisermos que seja. Quem quiser cumprir o seu trabalho mas sem
se preocupar muito e aproveitar o tempo livre para outras coisas, que não a
medicina, pode fazê-lo. Quem por outro lado quiser aproveitar para aprender
mais, estudar, ir a congressos, experimentar especialidades, desenvolver o seu
conhecimento também o pode fazer.
Testemunho da Dra. Carla Maria Araújo Ribeiro
IFG no Hospital de Braga, E.P.E. em 2020
Entrevistadora: Andreia Gi, 6º ano
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