Número de vagas para ingresso em 2022: 64
Número de vagas para ingresso em 2021: 62
Classificação normalizada do último colocado em 2021: 67,398
Número de vagas para ingresso em 2020: 64
Classificação normalizada do último colocado em 2020: 60,463
1) Como é o seu dia-a-dia enquanto interno nesse centro hospitalar?
Depende da especialidade.
Na Medicina Interna: horário dividido entre internamento, Serviço de Urgência (12 horas) e consulta (para quem quiser). No Serviço de Urgência, fazem-se noites. Com a pandemia, voltámos a fazer fins de semana.
Na Cirurgia: horário dividido entre internamento, Serviço de Urgência (12 horas), consulta (se quiseres), reuniões de decisão terapêutica e bloco operatório. O Serviço de Urgência inclui noites, mas não inclui feriados nem fins de semana. Há várias equipas (patologia endócrina, esofágica, HBP, CR…), mas normalmente acabas por acompanhar uma e, caso pretendas, podes trocar com outros colegas durante a rotação para veres outros tipos de patologias e intervenções cirúrgicas. No Serviço de Urgência, há uma sala de pequena cirurgia, que normalmente tem algum movimento, e aí tens várias oportunidades para suturar, basta quereres. Além disso, caso queiras, também te deixam participar nas cirurgias.
Na Pediatria: horário dividido entre internamento, Serviço de Urgência (12 horas), neonatologia e consulta. Além disso, a partir de abril, começámos a inserir os doentes no TRACE-COVID, a fazer seguimento telefónico de doentes que iam ao Serviço de Urgência por febre e sintomas respiratórios, e no atendimento telefónico na LUPA (linha de urgência pediátrica de apoio), tendo sido esta uma forma de termos um papel mais ativo, dado que, durante um período, as consultas foram suspensas. As horas de Serviço de Urgência não incluem noites, mas incluem fins de semana. Temos um artigo, em grupo, para apresentar durante a rotação.
Em Medicina Geral e Familiar (MGF) e Saúde Pública: normalmente, temos o horário do tutor com quem ficámos, sendo que, durante este ano, os horários foram modificados e em algumas USFs, funcionavam em equipas espelho. A experiência durante a pandemia é um pouco diferente dos anos anteriores, visto que o período de trabalho foi dividido entre consultas presenciais; consultas telefónicas; seguimento no TRACE-COVID e nas ADR (nesta última, não participamos). O período em Saúde Pública é de 1 a 2 semanas. No entanto, dado o período em que vivemos, houve rotações que tiveram alguns ajustes e fizeram mais tempo.
De notar que durante o internamento e o Serviço de Urgência realizamos os testes de rastreio a doentes com suspeita de COVID-19. Para além disto, foi formada uma equipa, de forma voluntária, composta por IFGs, que ficou responsável por: comunicar telefonicamente os resultados da pesquisa de SARS-CoV-2 aos doentes; inserir os doentes que realizaram teste no TRACE-COVID e no SINAVE. Como era um trabalho extra, foi devidamente remunerado.
Também é importante salientar que, em Viseu, dão-te a oportunidade de fazeres 1 mês de opcional cirúrgica (oftalmologia, ortopedia, urologia, cirurgia vascular, neurocirurgia, cirurgia pediátrica) e 1 mês de opcional médica (gastrenterologia, psiquiatria, anestesiologia, anatomia patológica, doenças infeciosas, cardiologia, medicina física e de reabilitação, dermato-venereologia, oncologia, nefrologia, imagiologia, hematologia, pneumologia).
2) Faz noites?
Sim, nos moldes explicados anteriormente.
3) Tem autonomia para tomar decisões clínicas?
Autonomia propriamente dita não há muita, independentemente da rotação em que estejas. Vês doentes sozinho/a, mas tens sempre um especialista com quem discutir no fim e a quem podes propor alguns planos. Onde senti que tive mais autonomia foi durante a rotação de MGF.
4) Como é a relação médico interno-médico especialista?
Depende de ambos. Em todas as rotações por onde passei, gostei da relação que os especialistas e internos tinham. Mas tudo isto é sempre muito subjetivo, até porque todos temos personalidades diferentes, podemos não nos adaptar em determinadas circunstâncias e outras pessoas adaptarem-se. Claro que há sempre coisas que podiam correr melhor, mas acredito que se dermos sempre o nosso melhor, tudo se ajusta.
5) Em que hospital(ais) e USF(s) podem ser efetuadas as rotações?
As rotações hospitalares são no hospital S. Teotónio, em Viseu. Relativamente às USFs existem várias, incluindo fora de Viseu (S. Pedro do Sul, Castro Daire, Vouzela, Tondela, Mangualde).
A escolha das rotações é escolhida por ordem de colocação.
6) Há flexibilidade para conjugar o internato de formação geral com outras atividades, por exemplo investigação?
Durante este ano não tive interesse em apostar na área da investigação, mas creio que possa haver essa oportunidade. Houve IFGs que chegaram a publicar um artigo durante este ano e outros que apresentaram um trabalho de análise descritiva sobre a LUPA. Por isso, tens bastante tempo livre para realizar outras atividades.
7) Quais são as vantagens e desvantagens de escolher esse centro hospitalar para realizar o internato de formação geral?
Vantagens: o ambiente entre IFGs; ser um hospital distrital, onde a realidade é um pouco diferente daquela que vivemos durante a faculdade; várias atividades de lazer possíveis; cidade com ótima qualidade de vida e preços relativamente aceitáveis, face a outras cidades. Viseu é uma ótima escolha para quem gosta de cidade e quer qualidade de vida. É uma cidade pequena, mas com tudo o que é necessário, à exceção de comboio. Outro aspeto que me conquistou foram os espaços verdes: sem dúvida, que Viseu é a Cidade Jardim.
As principais desvantagens, para mim, foram: falta de autonomia durante o SU, muitas vezes por falta de espaço físico que o permitisse; algum trabalho burocrático, sobretudo na neonatologia.
8) Que conselho daria a um finalista de medicina que está prestes a fazer essa escolha?
Resumindo, se quiseres um ano para aprender e trabalhar, tens imensas pessoas que te ajudam. Se preferires ter um ano mais tranquilo, também tens todas as condições para isso. O mais importante ao longo do Internato de Formação Geral, é o que tu queres fazer dele. Não te esqueças disso, independentemente do local que escolhas.
Testemunho da Dra. Diana Sofia Neves Lucas Correia
IFG no Centro Hospitalar de Tondela - Viseu, E.P.E. em 2020
Entrevistadora: Andreia Gi, 6º ano
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