Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, E.P.E.

Número de vagas para ingresso em 2022: 93

Número de vagas para ingresso em 2021: 96
Classificação normalizada do último colocado em 2021: 63,836
 
Número de vagas para ingresso em 2020: 97
Classificação normalizada do último colocado em 2020: 61,071
 
1) Como é o seu dia-a-dia enquanto interno nesse centro hospitalar?
O dia-a-dia de um IFG no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra depende muito do estágio onde se encontra, e da equipa onde é inserido ou local onde fica. De uma forma geral, o horário é tranquilo e acaba-se por se conseguir fazer menos do que as 40 horais semanais, mas há colegas que, em algumas das rotações e em determinados locais, se calhar fazem um bocadinho mais. Exceto no estágio de Medicina Geral e Familiar, há sempre 12 horas de Serviço de Urgência por semana. De resto, as horas são distribuídas entre internamento ou consultas, dependendo do estágio. Em Medicina Interna e Cirurgia, a maior parte do tempo é passado no internamento, havendo possibilidade de assistir a algumas consultas, caso haja interesse do próprio e abertura do tutor. Em Pediatria, os IFGs são alocados a um único serviço, onde passam o estágio inteiro, e tanto podem ficar no internamento como em consulta, sendo estas de várias especialidades (alergologia, pediatria geral, desenvolvimento, adolescente,…). Em Medicina Geral e Familiar, o dia-a-dia é mesmo muito variável, há colegas a assistir a consultas, outros a fazê-las com alguma autonomia, outros ajudam mais na parte burocrática, varia muito de Centro de Saúde para Centro de Saúde e de tutor para tutor.
 
2) Faz noites?
Sim, em Medicina Interna o SU pode ser de noite (21h-09h). Em Cirurgia varia, no início do ano não fizemos, mas para o final do ano pediram a nossa colaboração e começamos a fazer, também no mesmo horário.
 
3) Tem autonomia para tomar decisões clínicas?
Depende mais uma vez do estágio, da circunstância e da equipa. No Serviço de Urgência de Medicina Interna, se calhar não temos tanta autonomia como no de Cirurgia – no primeiro, acabamos mais por fazer a anamnese do doente, escrevemos a história clínica e depois o interno mais velho/especialista pede os exames e avalia a partir daí; no segundo, já somos mais autónomos e, depois de discutir o doente, já é usual darmos medicação e pedir exames. Nunca damos altas em nome próprio, nem nunca fazemos nada sem falar com alguém superior. No internamento, dependendo também da equipa e do estágio, normalmente fazemos notas de entrada, diários clínicos e exame objetivo, depois discutimos o doente e, consoante o especialista decidir, podemos pedir análises e outros exames, por exemplo. Mas a decisão de como atuar é sempre do especialista/interno mais velho e, embora tenhamos acesso a pedir todo o tipo de exames e colocar medicação, normalmente, não o fazemos de forma autónoma.
 

4) Como é a relação médico interno-médico especialista?

É muito variável. De forma geral, as pessoas são acessíveis e estão dispostas a ajudar, e mesmo quando não está o especialista disponível, há sempre um interno mais velho a quem pedir ajuda.
 
5) Em que hospital(ais) e USF(s) podem ser efetuadas as rotações?
A rotação de Medicina Interna e Cirurgia tanto pode ser no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra como no Hospital Geral dos Covões. A de Pediatria pode ser no Hospital Pediátrico, na Maternidade Bissaya Barreto e na Maternidade Daniel de Matos. A de Medicina Geral e Familiar pode ser em vários Centros de Saúde do distrito de Coimbra (S. Martinho do Bispo, Mira, Miranda do Corvo, Condeixa, Mealhada…), sendo que os Centros de Saúde disponíveis para uma determinada rotação só se sabem mais ou menos um mês antes.
 
6) Há flexibilidade para conjugar o internato de formação geral com outras atividades, por exemplo investigação?
Sim, claro! O horário é flexível e tranquilo de uma forma geral, por isso é possível conjugar com qualquer atividade extra que se goste.
 
7) Quais são as vantagens e desvantagens de escolher esse centro hospitalar para realizar o internato de formação geral?
Eu escolhi o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra mais pela proximidade a casa. Sabia que, à partida, não teria uma melhor qualidade de vida em relação a outros hospitais (como ter talvez mais doentes ou fazer noites e fins de semana), mas pessoalmente, a minha linha de pensamento foi – sendo este um ano essencialmente de aprendizagem, achei que seria uma ótima oportunidade de “treino”, digamos assim, para o início do internato da especialidade. Assim, a principal vantagem que aponto ao internato é mesmo essa, o facto de o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra ser uma boa escola. Aprendi muito, quer a nível teórico quer a nível de “desenrascanço”, e acho que isso me preparou para o próximo ano. E posso dizer que a nível de qualidade de vida, não considerei que fosse assim tão má como me diziam, tive tempo para estudar, e para ter vida social e pessoal, embora claro que condicionada pela pandemia. Como desvantagem apontaria talvez a desigualdade entre a experiência de cada um dos IFGs, porque tudo depende da equipa e da rotação onde se está, mas isso acaba por acontecer um pouco por todos os hospitais.
 
8) Que conselho daria a um finalista de medicina que está prestes a fazer essa escolha?
Aconselharia a informarem-se sobre o Internato de Formação Geral em cada um dos hospitais que têm em vista antes da dita decisão, por forma a optarem pelo hospital que mais se coadune às vossas preferências pessoais.
 
Testemunho da Dra. Ana Sofia Lourenço Jardim
IFG no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, E.P.E. em 2020
Entrevistadora: Andreia Gi, 6º ano



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