Call ME - A Call for Medical Education é um congresso organizado pelo Departamento de Educação Médica do NEM/AAC. Teve a sua 6º Edição entre os dias 16 e 18 de abril de 2021 e, para colmatar a distância imposta pela pandemia, a aNEMia fez a cobertura do evento.
Andragogia
Após a inspiradora sessão de abertura realizada
pelo Prof. José António Pereira da Silva, o Dr. Agostinho Moreira de Sousa
inicia a primeira plenária denominada “Teach me” para falar de andragogia.
Nesta plenária dedicada aos métodos de ensino no contexto médico, Dr. Agostinho
adequa com sucesso a sua apresentação ao tema e ao seu público, dando um toque
pessoal sobre o assunto. Assim, aprofunda o conceito de andragogia e a
importância de uma aprendizagem contínua que não está apenas associada a estar
a par dos conhecimentos médicos mais atualizados, mas também à aquisição de
aptidões que apenas se obtêm com a participação em certas atividades fora do
curso médico e do trabalho, permitindo uma maior competência e capacidade na
resolução de problemas da vida diária. Como exemplo disso, fala da sua
experiência na Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM), na
International Federation of Medical Students’ Associations (IFMSA), na World
Federation for Medical Education (WFME) e na Association for Medical Education
in Europe (AMEE), que lhe deram competências de liderança e gestão que
permitiram ser melhor profissional enquanto médico especialista em Saúde
Pública e que desempenhasse com sucesso a função de Consultor na Direção-Geral
de Saúde, nos serviços de Informação e Análise. Para terminar, deixa a mensagem
de que é extremamente importante os estudantes envolverem-se em atividades
extra-curriculares que permitam crescer enquanto pessoas e enquanto
profissionais, dando-lhe capacidades que não é possível adquirir durante o
curso, mas que serão extremamente úteis para o futuro.
Ana Catarina Pastilha, 5º ano
Eutanásia
Avançando
para a palestra seguinte do Call Me, tivemos a oportunidade de ouvir o Prof.
Dr. Jorge Pimentel, que nos veio “pintar a eutanásia de uma maneira mais
compreensível, na globalidade do assunto”.
Desde
o início da sua apresentação, o orador reiterou a má informação que existe
sobre a eutanásia. Não exprimindo em qualquer momento a sua opinião sobre o
tema, o médico tratou de explicar este ato médico de modo objetivo e sobretudo
cuidado: “as palavras desta matéria têm de se medir muito bem; má linguagem e
má imagem é contraproducente na discussão desta matéria”.
Realçou
também que, na prática médica, “a ética é uma postura permanente que deveria
ser incluída neste ensino” e os médicos estão longe de estar preparados para
abordar este tema com os doentes. Não obstante, explicou que este não seria um
assunto que poderíamos aprender na faculdade; apenas a experiência nos trará a
resposta.
A
pandemia que atravessamos revelou toda a desorganização dos serviços de unidade
de cuidados continuados e terminais. Porque estamos a falar de doentes “e os
doentes são muito diferentes entre si”, a introdução da eutanásia não viria
tentar colmatar a miséria dos serviços suprarreferidos. “A satisfação dos
doentes não está somente relacionada com a prestação destes serviços; mesmo que
fossem ótimos, o doente tem o direito de pedir outra coisa.”
A
morte natural deixou de ser a única morte. Já há muito tempo que o serviço de
medicina intensiva, com as funções vitais do indivíduo como sustentação, deu à
morte um significado diferente.
O que
é a eutanásia? O orador definiu a eutanásia como um “pedido feito pelo doente,
consciente e informado do que se passa com ele, com estabilidade emocional”. A
eutanásia é um ato médico, legislado e aprovado, altamente orientado para
aquilo que foi estipulado: tem de passar pelo medico orientador e especialista
de verificação; cabe ao orientador ter a decisão final, de acordo com o
ambiente social em cada momento.
“Qualquer
um pode pedir eutanásia?” Não, expondo o grupo de pessoas que esta lei abrange,
de entre as quais doentes cuja dor não é controlada pela analgesia e doentes
terminais com doença incurável. Como é óbvio, torna-se fundamental um
diagnóstico correto do doente, para a toma desta decisão.
Ao
longo da palestra, o orador deixou algumas perguntas para os ouvintes
refletirem: Há algum medico que pode dizer que um tratamento deixou de ser
bom? Funcionam bem as escalas de dor?
Podemos medir o sofrimento de alguém que passou por uma quimioterapia? Dirá o
aspeto das pessoas se a sua vida está para acabar? Que está em sofrimento?
Passando
pelo juramento de Hipócrates, o orador salvaguarda que qualquer médico jurou
“vida com qualidade”, na qual o bem-estar do doente seria sempre privilegiado.
Maria Ana Carreira, 2º ano
Debate - Os Médicos de 2030
Professor
Doutor Diretor Carlos Robalo Cordeiro
Quais são os pontos fortes e
fracos dos currículos vigentes nas escolas nacionais médicas?
O orador começou por esclarecer que todas as
escolas médicas são diferentes entre si, pelo que albergam alunos diferentes.
O Professor Doutor Robalo Cordeiro apontou as
cadeiras opcionais do MIM como um leque alargado de competências e técnicas
formativas que enriquecem o currículo dos estudantes de medicina. Reconhece que
há ajustes a realizar em prol da evolução, de modo a adaptarmos o ensino ao
perfil epidemiológico, seja a nível da mortalidade, seja a nível das
morbilidades. Acrescenta ainda que este ponto não deixa de ser transversal a todas
as escolas médicas nacionais.
Existe alguma (des)vantagem
em os currículos serem iguais em todas as faculdades?
Na opinião do Professor e em primeiro lugar,
deveria ser feita uma reflexão sobre as necessidades médicas em termos globais,
antes de se falar da vocação e perfil das escolas.
Denuncia o perfil dos hospitais universitários,
responsabilizando-os pela dificuldade de integração e execução das tarefas
propostas no papel e nos diplomas destes mesmos hospitais.
Sublinha também que, em Portugal, há um rácio
de 5 médicos por 1000 habitantes, sendo o rácio de médicos recém-licenciados
deveras elevado face às necessidades do nosso país.
Refere, também, que as escolas médicas têm
falta de docentes de carreira, já que a maioria dos professores são docentes
convidados com atividade diversa formativa, que ocupam a maior parte do seu
tempo profissional fora da prática clínica.
O orador continua reforçando que a humanização,
associada à ética, é um aspeto formativo que as faculdades não podem
desvalorizar. Uma aproximação médico- doente é crucial: “a mais valia dos
médicos é a confiança que podem gerar nos doentes”.
Não obstante, considera que a diversidade
existe e terá sempre de existir. Os focos particulares são fundamentais para a
riqueza do ensino médico em Portugal, mas também tem de haver um core de
conhecimento comum a todas as faculdades.
Deve a PNA adaptar-se ao
currículo da faculdade ou o currículo da faculdade à PNA?
O doutor Robalo Cordeiro considera que o ensino
deve ser baseado no raciocínio clínico e na integração de conhecimentos, tendo
sempre por base o doente.
Aponta também que desde os primeiros anos, as
cadeiras clínicas da FMUC fazem uma avaliação com forte componente prática.
Nesse sentido, reconhece que a PNA é uma boa evolução e que o ensino da FMUC
sempre esteve muito voltado para o atual currículo que a PNA exige.
Considera que o ensino
médico se adaptou à atual situação pandémica?
Na opinião do orador, faz parte do perfil
médico saber ser um líder e, quem coordena, ter uma visão integradora. Nesse
sentido, a pandemia motivou a procura rápida das formas mais eficazes de criar
condições para que o ensino não fosse prejudicado.
Reconhece que os exames virtuais, à distância,
foram uma evolução positiva da pandemia. Para além disto, parabeniza a atual
plataforma de construção de casos clínicos à qual a FMUC está associada, que
permite a simulação de casos clínicos virtuais, como auxiliares ao ensino.
Ademais, a FMUC tem workshops em
conjunto com as outras faculdades de medicina do país, Cabo verde e Brasil, o
que permitiu a abertura de uma nova janela para o mundo, que nunca teria sido
pensada em tempos fora COVID-19. É, portanto, essencial que retomemos o
contacto físico, mantendo os contactos criados durante a pandemia.
O que esperam de um médico
em 2030?
O diretor da FMUC espera que os futuros médicos
saibam olhar para os futuros doentes como ele, futura população mais
envelhecida, e tenham em consideração as competências que vão desenvolver no
curso.
Finalizando, espera deles: profissionalismo,
com uma base sólida de conhecimentos e competências, bem como caráter, atitude
humanística e ética.
Maria Ana Carreira, 2º ano
Vasco Cremon de Lemos
Vasco Cremon de Lemos é estudante da Nova
Medical School, encontrando-se a frequentar o 3º ano do curso de Medicina. É o
atual Diretor de Educação Médica da Associação Nacional de Estudantes de
Medicina (ANEM).
A primeira questão colocada aos participantes
do debate incidiu sobre quais as principais lacunas observadas no currículo
vigente dos cursos de Medicina. Vasco começou por destacar que este currículo é
essencial para a formação de bons médicos e profissionais, partindo de seguida
para as lacunas que considera as mais marcadas. Em primeiro lugar, o pouco foco
existente sobre a vertente não clínica, seja na investigação clínica, seja na
investigação não clínica (como é o caso da área da Educação Médica, por
exemplo). Para além disso, considera que a Medicina Preventiva deveria receber
mais destaque, uma vez que, fruto do grande aumento da esperança média de vida,
esta será um pilar essencial da prática médica no futuro.
A PNA também foi alvo de discussão, tendo Vasco
destacado que esta prova difere em muito da antecessora, já que obriga os
estudantes a relacionar conceitos entre si e não meramente a decorar. A
resolução de casos clínicos e a adoção da metodologia Case Based Learning
passaram agora a ser uma prática muito mais frequente nas escolas médicas, com
vista a garantir um melhor desempenho na PNA.
Por fim, a questão de “encerramento” colocada
pelo Dr. Henrique Cabral, o moderador do debate, prendeu-se com quais as
características essenciais do médico de 2030. Vasco resumiu-as em 3 pontos: a
indispensável competência a nível técnico; a sustentabilidade, não só a nível
monetário, como também a nível ambiental; por último, a necessidade de se ser
inclusivo, de forma a que nenhum doente sofra discriminação.
Sara Gama, 2º ano
Problem Based Learning e Mais Além
Na plenária Teach Me – The New Paradigm, a
Prof.ª Dr.ª Patrícia Rosado Pinto falou-nos sobre o problem base learning
(PBL) e “mais além”. Esteve no Gabinete de Educação Médica da Faculdade de
Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa e procurou levar a sua
experiência com o PBL para toda a faculdade enquanto pró-reitora.
O Ensino Superior já há muito que deixou de
estar confinado ao local onde este acontece. Devem ser estabelecidas pontes com
o mundo, sendo esta a “terceira missão” da Universidade, para além do ensino e
da investigação, segundo a professora Patrícia. Face a isto, também o ensino da
medicina teve de reagir, tendo instaurado novos modelos curriculares, temas,
ambientes de aprendizagem e de avaliação.
A professora Patrícia referiu que o
conhecimento perdura na memória do estudante por mais tempo quando surge por
encaixe entre o que é ensinado e não por um acumular de camadas, tendo igualmente
definido que a ordem em que os conteúdos são abordados é igualmente importante.
Outros aspetos como a autonomia e a aprendizagem colaborativa foram mencionados
nesta palestra.
O PBL surgiu nos anos 70 numa Escola Médica do
Canadá e é um método de ensino que recorre a problemas como ponto de partida
para aquisição de conhecimento. No ensino de medicina é muito usado, e exige
que o estudante não somente lembre e perceba os conteúdos que aprendeu, mas
também que saiba aplicá-los ao analisar casos-problema.
Ao longo da palestra a professora Patrícia foi
mostrando e exemplificando as componentes do PBL, referindo a importância de
cada um e de que maneira este, associado a outros métodos como os
mapas-conceptuais e/ou o team based learning, permite que o estudante de
medicina se prepare para aquilo que será a sua futura vida profissional.
Inês Serafim, 2º ano
Modernize ME: Simulação Médica
O Dr. Henrique Alexandrino é médico no CHUC,
dedicando-se à área da Cirurgia Geral e Hepatobiliar, e é também docente de
várias unidades curriculares da FMUC.
O tema desta plenária intitulada “Modernize ME”
foi o da Simulação Médica. Ora, o que é isto na verdade? Consiste em
estabelecer condições para o treino de uma técnica, num ambiente que seja
próximo da realidade que se pretende simular, exigindo o envolvimento ativo dos
participantes, através do suspended disbelief. A sessão de simulação
deve obrigatoriamente ser seguida por um momento de debrifieng estruturado,
permitindo reconhecer reações, aquilo que foi bem feito e também o que deve ser
melhorado. Não se aplica somente na área médica, sendo amplamente utilizada em
contexto militar e na aviação civil.
É uma ferramenta de ensino muito útil,
suportada por evidência científica robusta, que permite pôr em prática e
desenvolver as componentes cognitiva, psicomotora e afetiva. Revela-se
particularmente importante no momento em que atravessamos devido à limitação do
contacto dos estudantes com doentes e com o ambiente hospitalar, imposta pela
pandemia. Foi através do recurso a plataformas de simulação que as escolas
médicas procuraram colmatar lacunas existentes na formação dos seus estudantes
neste último ano.
No entanto, a simulação médica está a crescer
rapidamente e veio para ficar. Começa a ser utilizada desde os primeiros anos
do curso de Medicina, nomeadamente na FMUC, para que os estudantes possam
praticar num ambiente seguro, mas realista, desde o início do seu percurso.
Prevê-se que o futuro da simulação médica resida em modelos criados por
impressão 3D a partir de imagens, permitindo treinar procedimentos complexos e
de elevado risco.
Como mensagem final, o Dr. Alexandrino reforçou
a importância da adoção deste método de ensino, não para substituir o ensino
teórico “clássico” nem o ensino clínico “à cabeceira do doente”, mas para o
complementar.
Sara Gama, 2º ano
PNA - Academia da Especialidade
A plenária "Preparing PNA" foi dada pela Academia
da Especialidade, mais concretamente por Francisco Marques que também estudou
em Coimbra e que realizou a PNA no primeiro ano em que esta passou a ser o
atual formato da prova de acesso à especialidade em Portugal (2019), substituindo
o antigo Harrison.
A PNA tem a duração de 240 minutos e é
constituída por 150 perguntas de escolha múltipla, apresentadas a partir de um
caso clínico, com 5 opções cada, no formato single best answer. O tempo
da prova tem-se revelado o maior inimigo de quem a realiza, sendo que nela são
abordadas 10 especialidades diferentes e com diferentes ponderações, informação
essa que qualquer estudante pode encontrar na matriz do exame.
Quanto à bibliografia, ela existe, mas é
indicativa e não vinculativa, isto é, contrariamente ao que acontecia no
Harrison, a prova não é somente sobre o que se encontra no livro.
As perguntas da prova são fechadas e sempre
feitas na positiva, tendo antes uma vinheta clínica que pode ser mais ou menos
extensa, com alguma informação que pode não ser útil naquele caso e devendo o
estudante saber selecioná-la. As questões mais comuns prendem-se com o
diagnóstico mais provável, com o próximo passo a tomar quanto àquele caso ou
nas melhores medidas de tratamento.
Para demonstrar no que consiste uma típica
pergunta desta prova, foi resolvido um caso clínico sob as orientações do Dr.
Francisco, tendo ocorrido uma discussão com quem assistia a esta palestra, o
que se revelou bastante interessante e útil.
Antes de responder a algumas perguntas do
público, o Dr. Francisco, com base na sua experiência, destacou a importância
da prática clínica e de ver o maior número de casos possíveis durante os anos
do curso, mas sem nunca deixar as possíveis vivências da faculdade e o tempo
com amigos para trás, “Não se percam somente na medicina!”.
Inês Serafim, 2º ano
Mesa Redonda - Impacto da COVID-19 na EM
Doutor Ricardo Mexia
Segundo o Dr. Ricardo Mexia, médico de Saúde Pública,
epidemiologista e docente universitário, na prática, no que diz respeito às
faculdades, existiriam 3 eixos centrais: proteger a comunidade académica da pandemia;
proteger a qualidade do ensino médico encontrando alternativas e o contributo
dado pelas instituições médicas para o próprio controle da pandemia, com várias
iniciativas nesse sentido. É claro que, nestes diversos eixos, há implicações e nós somos todos alvos desta pandemia. Um dos exemplos
dados foram os alunos que entraram pela primeira vez no ensino superior, em que
todos sabemos a importância da socialização e integração, largamente dificultadas
pela COVID-19.
Referiu ainda a saúde mental/burnout, por todo o
isolamento a que fomos sujeitos e que perdurará no tempo, pelo que a devemos monitorizar
e, se necessário, intervir. A expectativa é que uma vez que a situação esteja
controlada, e acreditando que a vacina nos possa levar a tal, retornaremos à realidade
anterior, mas dando maior atenção à higiene sanitária, ao distanciamento e ao uso
de máscara de forma seletiva. Algo chocante, no seu ponto de vista, é a baixa cobertura
vacinal contra a gripe entre os profissionais de saúde, que espera melhorar significativamente,
e que essa vacinação se equipare e expanda aos estudantes da área da saúde, já
que têm uma exposição análoga aos anteriormente mencionados.
Quanto à sua especialidade, houve necessidade de mobilizar voluntários
académicos e destaca a baixa literacia científica e em saúde, levando à incerteza das pessoas. Concluindo, espera que a visibilidade que a sua
especialidade recebeu na pandemia contribua para uma maior adesão dos estudantes
de medicina, bem como para uma maior alocação de meios e recursos para fortalecer
a Saúde Pública.
Andreia Nossa, Erasmus 2020/2021
A Professora Doutora Isabel
Palmeirim é a Diretora do Curso de Medicina da Universidade do Algarve e
desempenha também funções como Investigadora Principal no CBMR (Centre for
Biomedical Research), tendo aceitado o convite da organização do Call Me para
integrar esta Mesa Redonda.
Uma das primeiras questões
colocadas neste debate foi se as Faculdades de Medicina estavam preparadas para
um fenómeno à escala da pandemia que atravessamos. A Professora admitiu
prontamente que não, mas que, no caso do curso que coordena, considera a
adaptação realizada bastante satisfatória. Na transição inicial para um regime
totalmente online, o impacto foi “mitigado” pelo facto de as turmas
serem pequenas (cerca de 8 alunos) e por ser comum a utilização do método PBL (Problem
Based Learning), o que permitiu manter os estudantes relativamente motivados.
Para além disso, assim que a situação estabilizou, os estudantes retomaram o
ensino clínico, tendo a carga horária prevista sido cumprida na íntegra.
Foi abordada também a questão
do rácio tutor-aluno, que representa um problema em algumas faculdades e que
teve de ser drasticamente reduzido nesta altura. No curso algarvio, tal não sucedeu,
uma vez que o rácio normal é muito baixo, permitindo manter o ensino clínico
nos “mesmos moldes”. Claro que o tipo de patologias observadas pelos estudantes
foi bastante diferente do habitual, resultante do medo da população em recorrer
a serviços de saúde neste último ano.
Por último, abordaram-se algumas
das vantagens que surgiram da necessidade da adaptação do ensino. A Professora
destacou a exploração de novos meios digitais que considera que podem e devem
continuar a ser usados no futuro. Para além disso, no caso concreto da sua
Faculdade, os estudantes tiveram a oportunidade de intervir mais ativamente na
área da literacia em saúde, através da sensibilização de populações
desfavorecidas para as medidas a adotar neste momento pandémico, assim como
prestando apoio à linha SNS 24.
Sara Gama, 2º ano
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