Hospital Beatriz Ângelo

Cartaz: Gonçalo Sabrosa, 3º ano

Número de vagas para ingresso em 2022: 28

Número de vagas para ingresso em 2021: 29
Classificação normalizada do último colocado em 2021: 82,347
 
Número de vagas para ingresso em 2020: 30
Classificação normalizada do último colocado em 2020: 81,061
 
1) Como é o seu dia-a-dia enquanto interno nesse centro hospitalar?
O dia-a-dia varia muito consoante a rotação em que nos encontrarmos.
Independentemente da rotação em que se encontrem, existe sempre uma sessão clínica às 2ª feiras de manhã, com duração de 1 hora, sobre temas comuns no serviço de urgência ou na enfermaria.
Na rotação de Cirurgia Geral, normalmente, passa-se as manhãs na enfermaria. Não é habitual assistirmos às consultas dos nossos tutores e, se não gostarem muito de cirurgia, não são obrigados a ir ao bloco. Um dia por semana têm de fazer urgência de 12 horas (rotativamente turno diurno e noturno, dia útil e fim-de-semana), que não é realizada no âmbito da Cirurgia Geral/Pequena Cirurgia, mas sim urgência de Medicina Interna.
Na rotação de Pediatria é tudo mais tranquilo. Os 2 meses são divididos entre Enfermaria (3 semanas), UCInt (3 semanas) e Neonatologia (2 semanas), mas o vosso tutor é atribuído no início da rotação. Um dia por semana têm de fazer urgência de 12 horas sempre no horário das 8:30h às 20:30h (rotativamente em dia útil e fim-de-semana), pelo que os Internos de Formação Geral (IFGs) não fazem turnos noturnos. Um dia por semana, têm de assistir a consulta de pediatria com o vosso tutor, que normalmente decorre ou se prolonga pela tarde. Nos restantes dias, saem à hora de almoço. Existem sessões clínicas sobre temas da pediatria, sessões de discussão de histórias clínicas elaboradas pelos Internos de Formação Específica (IFEs) e journal club, onde terão de apresentar um artigo à vossa escolha.
Na rotação de Medicina Interna, os dias são passados na enfermaria e é raro sair-se cedo, pois a carga de trabalho é muito superior à rotação de Cirurgia ou Pediatria. Um dia por semana têm de fazer urgência de 12 horas (rotativamente turno diurno e noturno, dia útil e fim-de-semana). Não são obrigados a assistir à consulta dos tutores, até porque serão mais úteis na enfermaria, nomeadamente a observar os doentes, escrever os diários e adiantar notas de alta. Existem sessões clínicas sobre temas de Medicina Interna e das várias especialidades ou subespecialidades, sendo que poderão ter que apresentar algum trabalho.
Durante as rotações hospitalares, foi-nos solicitado que desempenhássemos tarefas relativas ao COVID, nomeadamente na plataforma TRACE-COVID, onde atualizávamos os processos dos doentes que realizavam teste no hospital.
Na rotação de Medicina Geral e Familiar, o dia-a-dia e horário são mais dependentes da USF e do tutor. Habitualmente, participam em todos os tipos de consulta e têm algum grau de autonomia, podendo fazer consultas sozinhos com posterior discussão com o vosso tutor. Em algumas USF é-vos pedido que apresentem um trabalho relativo a um tema comum nos cuidados de saúde primários. 
Quanto à Saúde Pública, em 2021, os IFGs realizavam apenas inquéritos epidemiológicos. O horário habitual foi das 9h às 17h.
 
2) Faz noites?
A escala para o serviço de urgência, tanto na rotação de Medicina Interna como na de Cirurgia Geral, incluía períodos noturnos e fins-de-semana. Em pediatria, não fazemos turnos noturnos. Têm direito a gozar descanso compensatório quando fazem urgência ao fim-de-semana, mas devem combinar com os vossos tutores em que dia da semana será.
 
3) Tem autonomia para tomar decisões clínicas?
Considero que, na globalidade, existia autonomia para tomar decisões, mas estas devem sempre ser discutidas com os tutores ou médicos responsáveis, quer especialistas, quer IFEs.
 
4) Como é a relação médico interno-médico-especialista?
A relação entre os vários profissionais é bastante boa, existindo muita abertura e facilidade de comunicar com todos, independentemente da posição hierárquica em que se encontram. A maioria dos profissionais encontra-se muito disponível para apoiar os IFGs e contribuir para a sua aprendizagem.
 
5) Em que hospital(ais) e USF(s) podem ser efetuadas as rotações?
As rotações hospitalares são todas no Hospital Beatriz Ângelo, já Medicina Geral e Familiar é nas USFs pertencentes ao ACES Loures-Odivelas.
 
6) Há flexibilidade para conjugar o internato de formação geral com outras atividades, por exemplo investigação?
Sim, existe recetividade para ajuste de horários, possibilitando a continuação de outras atividades. Deve, no entanto, ser combinado com os chefes de serviço e com os vossos tutores.
 
7) Quais são as vantagens e desvantagens de escolher esse centro hospitalar para realizar o internato de formação geral?
Como principais pontos positivos: a qualidade e dinâmica das equipas médicas; a variedade de diagnósticos e patologias que se observam, atendendo a que abrange uma população muito diversa. 
Como aspeto menos positivo, para quem não possui veículo próprio, será a dificuldade de acesso por transportes públicos.
 
8) Que conselho daria a um finalista de medicina que está prestes a fazer essa escolha?
O Hospital Beatriz Ângelo presta assistência a uma vasta e diversa população, com um elevado recurso ao Serviço de Urgência (SU), pelo que os turnos de urgência são sempre muito intensos e trabalhosos, mesmo para os IFGs. Consoante os objetivos da pessoa, tal pode ser interpretado como uma vantagem, pois ganha-se mais experiência e autonomia, ou uma desvantagem pois, por vezes, podem sentir-se mais assoberbados e com pouco auxílio. No entanto, procurem sempre discutir os doentes com alguém. 
Na globalidade, considero o Hospital Beatriz Ângelo uma boa opção para realização da Formação Geral, pois permite um balanço muito razoável entre a vida profissional e a vida pessoal. As equipas são dinâmicas e com médicos jovens, pelo que existe uma grande facilidade de adaptação e um bom ambiente entre todos.
Em qualquer uma das rotações, é possível que consigam realizar alguns procedimentos, nomeadamente, colocação de CVC, paracenteses e colheita de sangue venoso via femoral.
 
Testemunho do Dr. Bernardo Miguel Henriques Marques da Silva
IFG no Hospital Beatriz Ângelo em 2020
Atualizado pela Dra. Andreia Filipa Rodrigues Lopes
IFG no Hospital Beatriz Ângelo em 2021
Entrevistadora: Dra. Andreia Gi
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