Cartaz: Gonçalo Sabrosa, 3º ano
Número de vagas para ingresso em 2022: 58
Número de vagas para ingresso em 2021: 60
Classificação normalizada do último colocado em 2021: 69,783
Número de vagas para ingresso em 2020: 65
Classificação normalizada do último colocado em 2020: 68,526
1) Como é o seu dia-a-dia enquanto interno nesse centro hospitalar?
Depende da rotação.
Em Medicina Interna está divida em 4 alas: 9A, 9B, 10A e 10B sendo que no primeiro dia de estágio os IFGs dividem-se pelas alas e ficam 4 meses nessa ala. Nesse dia é também escolhida a equipa de Serviço de Urgência (SU). As manhãs começam às 9h00 no internamento e, em média, ficava com 3 doentes. Observa-se os doentes, escrevem-se os diários/notas de admissão e no final da manhã reúne-se com a equipa constituída por vários internos e no mínimo um especialista para discutir os doentes.
O dia de urgência decorre entre as 13h00 e a 01h00 da manhã durante a semana e as 9h00 e as 21h00 ao fim-de-semana. No SU, assumimos e observámos os doentes sob supervisão de um especialista/interno complementar, sendo o plano terapêutico é sempre discutido com um médico mais graduado. Relativamente à consulta externa esta é subdividida em 5 “áreas”: Medicina Interna Geral, Doenças Autoimunes, Doenças Infecciosas, Diabetes e Hipertensão/Doenças renais. Cada IFG escolhe 2 temas do seu interesse sendo o seu horário organizado com as consultas escolhidas. Em termos de carga horária é bastante variável e dependente da hora a que acabasse a discussão dos doentes no internamento. No Hospital da Senhora da Oliveira - Guimarães (HSOG) não existem, como em outros hospitais, opcionais médicas.
Em Cirurgia Geral, o serviço está dividido em 4 grupos: “Hepatobiliopancreático”; “Tiróide, Mama e Trauma”; “Colorretal” e “Esofagogástrico”. No início da rotação os IFGs dividem-se por cada um dos grupos e ficam os 3 meses nesse grupo. Na maioria dos dias estava no internamento de manhã. Nos dias de SU o horário era das 9h00 da manhã às 23h00. Quando o SU era ao fim-de-semana, de manhã passava visita aos doentes internados e de tarde/noite víamos doentes no SU. Um dos dias da semana é destinado ao bloco das 14h00 às 20h00 quando solicitada pela equipa a presença de um IFG. Os IFGs mais interessados podem participar como 3º cirurgião. No internamento, passava a visita aos doentes que me eram atribuídos na distribuição do início da manhã e no final da manhã estes eram discutidos com um interno complementar/especialista. Ficava responsáveis pelos diários, notas de admissão/pedido de exames e adiantar as notas de alta, sendo este o serviço em que nos é dada uma maior autonomia. No SU, depende sempre bastante da equipa. No meu caso assumia os doentes, colhia a história clínica e pedia os exames complementares de diagnóstico e, no final procurava um especialista para discutir o plano terapêutico do doente. Em Cirurgia Geral no HSOG para quem gostar e quiser suturar terá muita oportunidade para tal, pois a equipa de SU dá bastante apoio e liberdade para que o IFG assuma esse papel. No HSOG não existe a oportunidade, como em outros hospitais, de fazer opcionais cirúrgicas (ex: ortopedia, oftalmologia, etc)
Em Pediatria: cada IFG faz 1 mês de Neonatologia no berçário e 1 mês de Pediatria. Na Neonatologia há autonomia e liberdade para a primeira avaliação dos bebés (as dúvidas são depois discutidas com os especialistas) e faz-se um dia de SU das 12h00 às 00h00. Na Pediatria, há a dinâmica dos outros serviços: internamento, uma tarde de consulta e urgência e é o estágio com menor grau de autonomia. O dia de SU era das 12h00 às 00h00 durante a semana e das 9h00 às 21h00 ao fim-de-semana, sendo também mais observacional.
Em Medicina Geral e Familiar (MGF), variava imenso com o tutor que nos é atribuído, bem como a USF para a qual somos “destacados”.
2) Faz noites?
Não. O SU termina em Medicina Interna à 01h00 durante a semana, em Cirurgia Geral às 23h00 e na Pediatria à 00h00 durante a semana.
3) Tem autonomia para tomar decisões clínicas?
O grau de autonomia varia consoante o serviço em que nos encontramos. Existe em Cirurgia maior liberdade de pedir MCDTs e orientar doentes nas etapas mais simples. Pelo contrário, em Pediatria, temos um nível de autonomia bastante mais limitado.
Em qualquer dos casos nunca somos obrigados a prescrever terapêutica em nosso nome. Adicionalmente, também não assinamos notas de alta (apesar de frequentemente ser o IFG a escrevê-las).
4) Como é a relação médico interno-médico especialista?
É muito variável, mas pessoalmente não tive más experiências.
5) Em que hospital(ais) e USF(s) podem ser efetuadas as rotações?
Todas as especialidades hospitalares decorrem no HSOG. A nível de estágio de MGF/Saúde Pública este pode ser feito em qualquer USF do ACES do Alto Ave conforme disponibilidade, sendo a escolha da mesma efetuada logo no primeiro dia de trabalho e tendo por base a ordenação com base na média ponderada.
Este ano, e excepcionalmente devido à terceira vaga da pandemia SARS-COV2 em Portugal, fomos convocados para realizar 1 mês de estágio de forma a colaborar nos rastreios epidemiológicos e noutras questões relacionadas com a pandemia.
6) Há flexibilidade para conjugar o internato de formação geral com outras atividades, por exemplo investigação?
Pessoalmente não conheço nenhum caso de um IFG que esteja a conciliar ambas as atividades contudo, penso que seja perfeitamente possível conjugar o Internato de Formação Geral no HSOG com atividades como investigação, docência ou até mesmo pós-graduação.
7) Quais são as vantagens e desvantagens de escolher esse centro hospitalar para realizar o internato de formação geral?
Como vantagens:
- Autonomia
- O estacionamento é gratuito no parque do Guimarães Shopping em frente ao HSOG
- Guimarães é uma cidade dinâmica no que diz respeito a atividades culturais e sociais, sendo sem dúvida aquela com melhor “Programa Social”.
Como desvantagens:
- A introdução de estágios opcionais não é permitida como noutros hospitais.
- Nas noites de SU semanal de Medicina Interna em que se sai à 01h00 da manhã, entra-se no dia seguinte às 09h00 ao serviço no internamento.
- As complicações burocráticas criadas pelos recursos humanos.
8) Que conselho daria a um finalista de medicina que está prestes a fazer essa escolha?
Aconselho a que obtenham o máximo de informação acerca dos hospitais nos quais têm interesse e, que definam quais as prioridades para este ano de Internato de Formação Geral.
É importante também pensar que mesmo que em determinado hospital não existam estágios opcionais podem ter a possibilidade de visitar outros serviços e falar com internos e especialistas do mesmo.
Em jeito de conclusão, espero que acima de tudo aproveitem este ano para aprender e amadurecer não só clinicamente mas também que aproveitem para socializar e conhecer os colegas dos vários pontos do país.
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