Centro Hospitalar de Leiria, E.P.E.

Cartaz: Gonçalo Sabrosa, 3º ano

Número de vagas para ingresso em 2022: 38

Número de vagas para ingresso em 2021: 37
Classificação normalizada do último colocado em 2021: 63,916
 
Número de vagas para ingresso em 2020: 38
Classificação normalizada do último colocado em 2020: 58,929
 
1) Como é o seu dia-a-dia enquanto interno nesse centro hospitalar?
O papel enquanto Interno de Formação Geral neste hospital varia muito consoante a especialidade ou o local em que se fica colocado. Por esta razão o dia-a-dia varia igualmente.
Na Medicina Interna, a rotina prende-se grandemente com tempo de internamento (para ver e avaliar os doentes internados) durante a manhã, e por vezes também no início da tarde, seguindo-se, geralmente, de consultas na parte da tarde. Este horário trata-se apenas de uma generalização, pois dependerá do orientador a que cada um estiver alocado.
Na rotação de Cirurgia Geral, o dia começa geralmente às 8h00 com uma visita rápida aos doentes internados e com o registo no processo clínico. Após estar tudo orientado segue-se para o bloco, que poderá ser só manhãs ou manhãs e tarde. Quando não há bloco marcado acompanhamos o nosso orientador ou outro médico para as consultas.
MGF prende-se essencialmente com consultas.
Pediatria não tenho ainda feedback por ser a única rotação por onde ainda não passei.
Os dias de urgência decorrem uma vez por semana das 8h00-20h00 para para quem está na Medicina Interna ou na Cirurgia Geral. Na Pediatria os horários são diferentes.
Na urgência de Cirurgia Geral, vemos os doentes geralmente sozinhos e discutimos com o orientador sempre antes de tomar alguma ação (exame/diagnostico/terapêutica). Na Medicina Interna, temos um pouco mais de autonomia, sendo que, dependendo de cada caso e da sua complexidade, podemos por vezes realizar a marcha diagnóstica por nossa conta discutindo só depois com quem estiver a orientar para decidir acerca de exames adicionais ou prescrever a terapêutica.
 
2) Faz noites?
Os Internos de Formação Geral não fazem noites neste hospital, por enquanto. Mas fazem fins de semana. Também não fazem extras.
 
3) Tem autonomia para tomar decisões clínicas?
O grau de autonomia varia muito consoante a especialidade, o local e o orientador com quem se está colocado. Como regra geral, apenas na medicina interna, existe mais alguma autonomia para pedir exames, fazer diagnósticos e mesmo propostas terapêuticas (sendo que estas últimas necessitam sempre de ser efetivadas por um interno de formação específica ou especialista). Nas restantes especialidades é quase tudo sempre discutido com o médico que estiver a orientar.
 
4) Como é a relação médico interno-médico especialista?
Existe uma boa relação entre internos e especialistas na grande maioria dos casos.
 
5) Em que hospital(ais) e USF(s) podem ser efetuadas as rotações?
As rotações hospitalares decorrem todas no Hospital de Santo André, com algumas exceções. Na Medicina Interna entre 1 a 3 internos (em cerca de 10) são alocados para fora, ficando uns no Hospital de Pombal e outros no Hospital de Alcobaça. A alocação ocorre por sorteio caso ninguém se voluntarie em primeiro lugar.
As rotações de Cirurgia Geral e Pediatria decorrem inteiramente no Hospital de Santo André. 
Na rotação de Medicina Geral e Familiar os internos são alocados da seguinte forma consoante escolha por ordem de média de curso: USF Marquês, em Pombal (1 vaga); USF Cidade do Lis, em Leiria (1 vaga); USF Santiago, em Leiria (2 vagas); Centro de Saúde Arnaldo Sampaio, em Leiria (1 vaga); USF Condestável, na Batalha (1 vaga); USF Novos Horizontes, em Porto de Mós (1 vaga); USF Vitrius, na Marinha Grande (2 vagas); USF São Martinho, em Pombal (1 vaga). Isto é referente a 2021, poderá variar nos próximos anos.
 
6) Há flexibilidade para conjugar o internato de formação geral com outras atividades, por exemplo investigação?
Em termos de tempo existe possibilidade para integrar outras atividades sem qualquer problema. No entanto, relativamente a investigação existe falta de oportunidade para IFGs (e mesmo para outros internos) de integrarem grupos de investigação, pela escassez dos mesmos, por não ser divulgado, e por, infelizmente, a investigação não ser algo envolvente no dia-a-dia dos serviços por onde se passa. Existem vários colegas que se encontram a participar em projetos e existe a oportunidade de se estruturar um projeto por iniciativa própria, no entanto não é algo que seja amplamente divulgado ou pelo menos percetível.
 
7) Quais são as vantagens e desvantagens de escolher esse centro hospitalar para realizar o internato de formação geral?
Como grande vantagem apontaria o facto de ser um hospital de dimensão intermédia que dá apoio a uma área populacional enorme. Embora seja centro hospitalar, carece ainda de alguma diferenciação em termos de especialidades, pelo que se acaba por acompanhar um leque relativamente amplo de patologias. Outra grande vantagem é a localização e custo de vida. É um hospital localizado numa cidade cujos preços médios de renda se encontram ainda relativamente acessíveis quando comparados com Lisboa, Porto, Coimbra, etc..., sendo que se encontra numa localização que permite estar perto destas.
Como desvantagem vem o outro lado da moeda de ser um hospital de dimensão intermédia, exatamente para quem pretenda ter uma experiência mais especializada em alguma área (por exemplo, não existe unidade de AVC's no hospital). Outra desvantagem prende-se com o difícil acesso a grupos de investigação.
 
8) Que conselho daria a um finalista de medicina que está prestes a fazer essa escolha?
Escolhe o sítio consoante o objetivo que tenhas. Se a investigação representar um peso forte nas ambições de carreira o ideal será um hospital central ligado a uma universidade. Se for para viajar e/ou ter um ano relaxado, o melhor será escolher um hospital numa cidade onde o custo de vida seja tolerável ou já se tenha casa. Independentemente da situação, esta é uma escolha pessoal em que pesam também outros fatores como a experiência pessoal em cada centro.
 
Testemunho do Dr. Ricardo Miguel Martins da Ascenção
IFG no Centro Hospitalar de Leiria, E.P.E. em 2021
Entrevistadora: Dra. Andreia Gi
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