Havia uma multidão
Mas ela sentia-se sozinha
Conhecia bem a incompreensão
E nada disso era adivinha
Perdia horas acordada
Só pensava e pouco ou nada comia
Sonhava em mudar de vida
Mas nada a satisfazia
Quem sou eu afinal?
Uma pedra, um fantasma?
Será que ninguém me vê?
Será que todos preferem assim tanto o visor do
seu TV plasma?
Já ninguém olha para cima
Postes são abalroados, encontrões são dados
O scrolling ganhou assim tanta estima
Que os “seres humanos” deixaram-se finalmente
ser derrubados?
O “NOSSO TEMPO” está revoltado
As ruas vão ficando vazias
Tu de máscara com o nariz destapado,
Quantas desculpas pedirias às almas para trás
perdidas?
O “NOSSO TEMPO” está a ficar esgotado
Assim como eu, o fantasma,
Que jurei por amor e honra ao próximo estar
confinado,
Será isto apenas cisma minha ou é o fim do
Mundo que se aproxima?
Texto escrito por Andreia Margarida Marques
Nossa Ferreira, ERASMUS MIM 2020/2021, a 20 de fevereiro de 2021, o ano incógnito
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