Número de vagas para ingresso em 2022: 54
Número de vagas para ingresso em 2021: 56
Classificação normalizada do último colocado em
2021: 84,714
Número de vagas para ingresso em 2020: 65
Classificação normalizada do último colocado em
2020: 77,081
1) Como é o seu dia-a-dia enquanto interno
nesse centro hospitalar?
O dia-a-dia de um IFG no
Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho depende em muito da rotação em
concreto. Exceto em Medicina Geral e Familiar, há Urgência de 12 horas semanal
e o resto varia, mas o horário concentra-se sobretudo nas manhãs.
2) Faz noites?
Sim. Em Medicina Interna, toda
a gente acaba por fazer noites; em Cirurgia, a maior parte também passa pelo
Serviço de Urgência à noite (dependendo da equipa); em Pediatria, é mais raro
(aconteceu este ano, também em consequência de alterações por causa da
COVID-19). Fazemos, também, fins de semana, num esquema rotativo
pré-selecionado desde o início do ano. Não acho isto necessariamente mau: as
noites em geral são mais calmas, ganha-se um bocadinho mais e, mais importante,
acho que é bom para a escolha da especialidade, experimentar como é que
pessoalmente lidamos com os Serviços de Urgência de noite. Há, obviamente,
descanso compensatório no dia a seguir, bem como folga, se fizermos SU no
sábado à noite ou no domingo (incluindo o dia).
3) Tem autonomia para tomar decisões
clínicas?
Em geral, autonomia total não
há, e ainda bem. É mau sinal um IFG ter de tomar decisões de forma autónoma!
Vemos doentes de forma autónoma nas enfermarias e na Urgência (mais em Medicina
Interna/Cirurgia do que em Pediatria - como em todo o lado, aliás), mas é
suposto que qualquer decisão relevante (terapêutica, altas, etc.) seja
discutida ou aprovada por um especialista, ou interno mais velho. Talvez na
enfermaria de Cirurgia tenha tido de tomar algumas decisões autonomamente, mas
como disse, não acho que seja o ideal...
4) Como é a relação médico
interno-médico-especialista?
No global, diria que a relação
é bastante boa. A grande parte dos médicos são simpáticos, apoiam-nos e
respeitam-nos. É um hospital central (pelo menos, na maior parte das
especialidades), mas não é um hospital académico e, por isso, não temos de
lidar com "professorites". O facto de a equipa de Urgência ser fixa
(por exemplo, ao longo de 4 meses de Medicina Interna, serão quase sempre os
mesmos especialistas a estarem convosco no Serviço de Urgência), permite que os
especialistas vos conheçam e que exista confiança mútua.
5) Em que hospitais e USFs podem ser
efetuadas as rotações?
O Centro Hospitalar Vila Nova
de Gaia/Espinho, E.P.E. tem várias unidades. Cirurgia faz-se sempre no Hospital
Eduardo Santos Silva (Unidade 1). Pediatria realiza-se na Unidade 2, no centro
de Gaia (exceto o Serviço de Urgência de Pediatria, que é na Unidade 1 também).
Medicina Interna é quase sempre feita na Unidade 1, mas em anos anteriores,
havia alguns que iam para o Hospital de Espinho, a uns 25km do centro de Gaia.
No entanto, creio que desde o início da pandemia isso deixou de acontecer e
diria que seria mais provável que, quando a situação melhorar, continuem a não
ir (porque queriam reformular o objetivo do Hospital de Espinho). Medicina
Geral e Familiar pode ser feita em várias USFs no centro/norte de Gaia (ACES
Grande Porto VII) ou em USFs no sul de Gaia/Espinho (ACES Grande Porto VIII).
6) Há flexibilidade para conjugar o
internato de formação geral com outras atividades, por exemplo investigação?
Há tempo para conjugar com
outras atividades, incluindo continuar projetos de investigação que tenham
iniciado anteriormente. No entanto, se a vossa intenção for começar algum
projeto de investigação, não me parece ser o melhor local (ou o melhor ano, na
verdade): iniciar investigação com um IFG que vai lá estar pouco tempo e que
nem sabe bem como será o seu futuro profissional, não é um foco do IFG, pelo
menos aqui. Mas se for uma coisa que queiram muito e lutarem por isso, diria
que hão de arranjar qualquer coisa...
7) Quais são as vantagens e desvantagens
de escolher esse centro hospitalar para realizar o internato de formação geral?
A maior vantagem é haver um
ótimo equilíbrio entre realmente aprender, mas ter tempo livre. Dos feedbacks
de amigos de outros hospitais, era um dos melhores nesse equilíbrio (e, sem
dúvida, o melhor do Grande Porto nesse aspeto em 2020). Outra das grandes
vantagens é essa que acabei de referir - Vila Nova de Gaia é Porto: vivendo no
centro de Gaia, têm acesso fácil ao centro do Porto (se viverem na zona da
linha amarela do metro, é facílimo) e a toda a vida cultural que isso permite.
Se preferirem viver no Porto e ir a Gaia trabalhar, também é totalmente
razoável (e a Unidade 1 tem estacionamento a 15 euros por mês para ajudar ainda
mais). De resto, o Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho é um hospital de
gente simpática, e que costuma tratar relativamente bem os seus trabalhadores.
Quanto às desvantagens: no
estágio de Cirurgia, não é expectável que sequer entremos no bloco, mas sim
apenas fazermos enfermaria e Serviço de Urgência (também assim é em muitos
hospitais, mas não deixa de ser uma desvantagem) e já não parece haver
opcionais (em 2020 ninguém conseguiu, mas podem sempre tentar). Também o
anteriormente referido facto de se fazer noites e fins de semana é visto como
uma desvantagem para a maior parte das pessoas.
8) Que conselho daria a um finalista de
medicina que está prestes a fazer essa escolha?
Informem-se, vejam
apresentações de anos anteriores e, quando já tiverem reduzido o leque de
opções, falem diretamente com os internos que lá estão: é que as coisas mais
interessantes de cada lugar não podem ficar escritas em público... Gostava
também de transmitir uma mensagem de calma: há sítios melhores e piores, mas,
onde quer que vocês fiquem, nunca vai ser péssimo! E o IFG é só um ano, e tem
impacto quase nulo nas vossas escolhas profissionais para os próximos anos -
não vale a pena sofrer demasiado com esta decisão, porque a médio/longo prazo,
quase não tem consequências. Que tenham um excelente ano, de preferência sem
COVID!
Testemunho da Dra. Joana Rita Pinto Galvão
IFG no Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, E.P.E. em 2020
Entrevistadora: Andreia Gi, 6º ano
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