O Feminismo baseia-se na igualdade de
oportunidades entre homens e mulheres. Não obstante, defende a liberdade de
cada uma de nós poder traçar o destino com o qual mais se identifica. Pelo
menos, assim era, antes de um movimento Neofeminista ter vindo inundar as
nossas redes sociais, deturpando a essência desta que deveria ser uma causa
nobre. O Neofeminismo enche-se de contradições, enche as nossas mentes de
rótulos, estereotipa a felicidade individual, chegando a parecer que existe uma
receita com o necessário para se ser Mulher.
E se eu não for assim? E se não me identificar
com essa “receita”? Neste feminismo extremo, as mulheres esquecem aquilo que
lhes dá prazer, acabando muitas vezes por se rebaixar ao fazerem coisas de que
não gostam realmente, apenas para garantirem que nenhum homem se sobrepõe a
elas.
O que me acontecerá, se quiser colocar a
família à frente da carreira? Se quiser ser “à moda antiga”? Estarei errada? Serei
machista? Ou estarei simplesmente a usufruir do meu livre-arbítrio? As neofeministas
defendem o acesso a cargos de chefia por capacidade e mérito individual, não
pelo género. Então, porque são as primeiras a censurar quem vota num homem que
é, efetivamente, mais apto para o cargo? Deverei votar sempre numa mulher,
mesmo que acredite ser menos competente que o oponente do sexo masculino?
Estaremos ainda a falar de Feminismo? Estaremos
realmente a lutar pela Igualdade? Até que ponto deixaremos o medo de regressar
a um passado submisso nos influenciar?
Hoje, venho aqui dizer aos homens e mulheres
que deturpam o Feminismo: Não! Não me vão obrigar a desigualar! Venho dizer a
todos os que me querem calar, a todos que o meu caminho querem traçar: Não!
Digo NÃO a todos que condenam as minhas decisões, apenas por não seguir o Neofeminismo.
E não sou menos por pensar diferente.
Eis o que sinto: há uma “irmandade” a pressionar-me
para ser aquilo que não sou, para lutar por causas que não entendo. Uma
“irmandade” que me obriga a viver num modelo em que não encaixo, que não me
deixa descobrir um mundo que também é meu.
Sou feminista. Escolho livremente ser feminista - à minha
maneira. Por mim, por Ti e pelo perpetuar da sororidade.
Porque
isto é o que sinto e também sou Mulher.
Relato de uma Mulher, no século XXI
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