Número de vagas para ingresso em 2022: 64
Número de vagas para ingresso em 2021: 62
Classificação normalizada do último colocado em
2021: 66,150
Número de vagas para ingresso em 2020: 64
Classificação normalizada do último colocado em
2020: 57,610
1) Como é o seu dia-a-dia enquanto interno
nesse centro hospitalar?
O dia-a-dia do IFG depende da
rotação em que estiver inserido.
Na rotação de Medicina
Interna, o horário de entrada será pelas 8h30 (8h em alguns grupos), estando o
IFG integrado num grupo de 3 elementos com um especialista/ interno do 5º ano
de Medicina Interna, um IFG e um interno de formação específica (apenas se outro
elemento for especialista) ou dois IFG. Cada equipa tem os seus doentes da
responsabilidade do especialista que, no início da manhã, procede à divisão dos
mesmos pelos elementos do grupo. Durante a manhã, o IFG realiza a história
clínica, exame objetivo, escreve o diário respetivo, realiza o pedido e registo
de exames. Ao final da manhã/início da tarde, o grupo volta a reunir-se e
procedem à discussão dos doentes, decisão clínica e ajuste terapêutico pelo
especialista. Uma vez por semana, o IFG assistirá à consulta do especialista
respetivo e ficará de residência. Também uma vez por semana, realiza 12 horas
de urgência, em que vê os doentes que vão entrando, realiza história clínica e
exame objetivo, pedido de exames complementares que entenda necessários e,
posteriormente, discussão do caso com o especialista da equipa.
Na Cirurgia Geral, o sistema é
semelhante ao de Medicina Interna, existindo menos grupos (4), cada um com
especialidades de atuação diferentes (Grupo colorretal, hepato-bilio-pancreático,
digestivo alto, mama e tiróide), ficando 2/3 IFGs alocados a cada grupo.
Durante a manhã, os especialistas procedem à divisão dos doentes e o IFG deverá
passar visita, escrever o diário e registar exames complementares de
diagnóstico, com discussão ao final da manhã. O IFG poderá também acompanhar a
sua equipa no bloco operatório e participar. Uma vez por semana, o IFG faz urgência com a sua equipa, realizando a história
clínica, exame objetivo, pedido de exames e discussão com o especialista. Além
disso, realiza suturas de feridas.
Em Pediatria, os IFGs são
divididos pelos vários locais (internamento, serviço de observação,
berçário/neonatologia, consulta externa), estando duas semanas em cada um.
No início da manhã, assistem à reunião de passagem dos doentes da urgência e de discussão das crianças internadas. Depois, dirigem-se ao sítio onde estão
alocados. No internamento e serviço de observação, o IFG auxilia os internos de
Pediatria a passar visita nas crianças internadas e a escrever os diários. No
final da manhã, discute os doentes com um especialista. Nas semanas da consulta
externa, assiste às consultas que existam durante o dia, de qualquer área,
podendo auxiliar o especialista e realizar o exame objetivo. Na unidade de Neonatologia, é possível acompanhar a visita médica e colaborar nos registos
clínicos. No Berçário, há 18 berços, estando o IFG responsável pela visita ao
recém-nascido sem alta prevista e pelo preenchimento do Boletim de Saúde. O
especialista colaborará na primeira visita e na visita pré-alta. Uma vez por
semana, o IFG faz urgência, onde pode proceder à chamada e observação
das crianças, mas tendo sempre de debater os casos com o especialista.
Em Medicina Geral e Familiar,
cada IFG será alocado a um centro de saúde da sua preferência, por ordem de
média em cada rotação. Acompanhará um especialista, fazendo o horário deste.
Durante o estágio, assistirá às consultas, realizando algumas autonomamente,
nomeadamente, as consultas abertas, mas consultando o especialista para a tomada de decisões.
Além disso, auxiliará na renovação do receituário, registo de análises e gestão
de vários recados.
2) Faz noites?
No Centro Hospitalar de
Trás-os-Montes e Alto Douro, nenhum IFG faz noites, tendo o dia de urgência o
horário 8h-20h (8h30-20h30 em Pediatria).
3) Tem autonomia para tomar decisões
clínicas?
As decisões clínicas são
tomadas pelo especialista, sendo todos os doentes, em internamento ou urgência,
discutidos com o mesmo. No entanto, o IFG poderá dar a sua visão e parecer da
situação, dado que vê os doentes autonomamente.
4) Como é a relação médico
interno-médico-especialista?
No geral, a relação é boa. A
maioria dos especialistas são muito recetivos aos IFGs, incluindo-os no
dia-a-dia médico e discussões clínicas. Estão sempre disponíveis para dúvidas e
explicações que sejam necessárias. Penso que no Centro Hospitalar de
Trás-os-Montes e Alto Douro, há um importante equilíbrio entre trabalho,
autonomia e a fase de aprendizagem em que estamos.
5) Em que hospitais e USFs podem ser
efetuadas as rotações?
No Hospital de Vila Real ou no
Hospital de Chaves (para este, vão cerca de 16 IFGs), sendo a alocação
realizada de acordo com as preferências do IFG e média ponderada. No de Vila
Real, há 4 IFGs, em cada rotação, que realizam o estágio de Medicina Interna em
Lamego.
Quanto às USFs, temos 2 ACES
(Douro Norte e Douro Sul), geralmente com 6 vagas em cada ACES. O ACES Douro
Norte engloba as USF do centro de Vila Real (5 USFs), Murça, Alijó e Santa
Marta. O ACES Douro Sul, engloba as USF da Régua e Lamego. A alocação é
realizada por preferência e de acordo com a média ponderada.
6) Há flexibilidade para conjugar o
internato de formação geral com outras atividades, por exemplo investigação?
Sim, desde que combinado com
os respetivos grupos.
7) Quais são as vantagens e desvantagens
de escolher esse centro hospitalar para realizar o Internato de Formação Geral?
Uma vantagem do Centro
Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro é, como já referi, o equilíbrio que
existe entre a integração dos IFGs no dia-a-dia hospitalar e aprendizagem. O especialista não nos "abandona", dá uma orientação
clara e, para preservar essa orientação, os IFGs não podem prescrever a nível
hospitalar. Só falei de vantagens, mas termino acrescentando que existe, no
geral, um bom ambiente nos serviços e que os IFGs são bem recebidos.
8) Que conselho daria a um finalista de
medicina que está prestes a fazer essa escolha?
Penso que a escolha do
hospital para o ano de IFG deverá ser ponderada visando manter o equilíbrio
entre vida pessoal/profissional. Assim sendo, penso que o mais útil será
definir as cidades em que gostariam de ficar e, posteriormente, dentro dessas
perceber as principais diferenças entre os seus hospitais e escolher o que mais
se adequa a vocês. A meu ver, é de privilegiar um centro hospitalar que permita um
crescimento e desenvolvimento das competências médicas, através da integração
dos IFGs nos diferentes atos médicos e possibilitando realizar diversas
atividades. É também importante assegurar que a autonomia do IFG não seja
total, mas antes integrá-lo na tomada de decisões. A autonomia médica deverá
ser adquirida progressivamente.
Testemunho da Dra. Marta Catarina Ribeiro
Bernardo
IFG no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e
Alto Douro, E.P.E. em 2020
Entrevistadora: Andreia Gi, 6ºano
Atualização em 2021 disponível em:https://revistanemia.blogspot.com/2021/11/centro-hospitalar-de-tras-os-montes-e.html
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