Centro Hospitalar do Baixo Vouga, E.P.E

Número de vagas para ingresso em 2022: 44

Número de vagas para ingresso em 2021: 33
Classificação normalizada do último colocado em 2021: 82,381
 
Número de vagas para ingresso em 2020: 44
Classificação normalizada do último colocado em 2020: 80,587
 
1) Como é o seu dia-a-dia enquanto interno nesse centro hospitalar?
No geral, tenho um dia-a-dia descontraído, no sentido em que vou efetuando as minhas tarefas sem pressão. O ambiente é muito bom, pois posso partilhar experiências com colegas do ano de Formação Geral, internos mais velhos e mesmo especialistas que são, regra geral, bastante acessíveis.
Temos 2 bares no hospital, que fazemos questão de frequentar pelo menos de manhã, como rotina, promovendo-se também aqui um ambiente salutar e de convívio. Existe também um refeitório comum.
 
2) Faz noites?
Não. Faço fins-de-semana, esporadicamente.
 
3) Tem autonomia para tomar decisões clínicas?
Diria uma autonomia “qb”, o que é ótimo. Não é bom haver uma autonomia total, na medida em que não temos autonomia do ponto de vista legal. A autonomia vai-se construindo à medida que se evolui no Internato de Formação Geral. Vamos começando a fazer cada vez mais coisas sozinhos, coisas que, no início, seriam impensáveis. Claro que há decisões que nunca somos capazes de tomar, mas faz parte do processo de aprendizagem. Notei claramente a minha capacidade de assumir doentes e geri-los, ou seja, a minha independência, a crescer a olhos vistos. Penso que funciona como em tudo na vida, ou seja, há um bom equilíbrio.
 
4) Como é a relação médico interno-médico-especialista?
Na globalidade, muito boa. Fiquei com uma enorme sensação de gratidão, com a perceção de ter saído deste internato com um conhecimento muito mais amplo e uma preparação prática superior. Há acessibilidade até para conviver com especialistas de outras áreas, que não se enquadram propriamente na dita rotina formativa do ano de Formação Geral e também adquirir competências junto deles.
 
5) Em que hospital(ais) e USF(s) podem ser efetuadas as rotações?
É praticamente tudo efetuado no Hospital Infante Dom Pedro (Aveiro). Em Cirurgia, há 2 semanas que podem ser feitas no Hospital de Águeda, o que é ótimo para aumentar a diversidade de situações clínicas, proximidade com o doente, autonomia e aprendizagem. Já na rotação de Cuidados de Saúde Primários, o estágio vai diferir tendo em conta a USF de colocação, ou seja, há algumas pequenas diferenças entre as USFs, tal como em todo o território nacional.
 
6) Há flexibilidade para conjugar o internato de formação geral com outras atividades, por exemplo investigação?
Sem dúvida! Em termos de investigação, não sou a pessoa mais capacitada para falar sobre isso, pois não constituiu, pelo menos durante este ano, uma das minhas áreas de interesse. Mas é perfeitamente possível conjugar o Internato de Formação Geral com outras atividades, como aliás vão fazendo todos os IFGs, frequentando o ginásio ou outras atividades desportivas, fazendo viagens, jantares, indo ao teatro, museus, praia, entre outras regalias que Aveiro e seus arredores têm para oferecer.
 
7) Quais são as vantagens e desvantagens de escolher esse centro hospitalar para realizar o internato de formação geral?
Como estamos a falar de um hospital distrital que não tem todas as valências de um hospital central, ou mesmo de um hospital distrital mais completo, o interno acaba por ter de aprender a lidar com os doentes com as armas que dispõe, aguçando o engenho. Claro que isto pode ser igualmente desvantajoso, pois durante o serviço de urgência, acabamos várias vezes por ter de referenciar o doente para cuidados mais diferenciados, noutros centros hospitalares, como o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Pessoalmente, considero isto vantajoso, na medida em que acabamos por aprender mais e, se assim o desejarmos, podemos sempre acompanhar depois a evolução do doente informaticamente.
O ambiente é, no geral, muito bom, acabando por ser um centro hospitalar bastante familiar, o que deriva de o número de trabalhadores não ser muito grande.
A cidade de Aveiro também é ótima. Apesar de pequena em termos de território, é uma cidade bastante completa e densa, conseguindo englobar vários serviços essenciais e atividades lúdicas diversificadas. Tem também uma componente turística forte e crescente.
Em suma, esta escolha alia um bom hospital para se realizar o ano de Formação Geral, a uma boa cidade.
 
8) Que conselho daria a um finalista de medicina que está prestes a fazer essa escolha?
Acima de tudo, o interno deve encarar o ano de Formação Geral de forma ampla. Por um lado, deve usufruir de um ano relaxado, calmo, divertido e único; por outro, deve aprender de forma a adquirir o máximo de competências possível, procurar esclarecer o máximo de dúvidas que conseguir, arriscar bastante, tomar decisões, aprender a trabalhar em equipa, colocar o conhecimento teórico em prática e aprender como ser bom médico. Conjugando estes fatores, o interno finaliza este ano com a sensação de dever cumprido e com a consciência tranquila. Conseguiu: tirar o máximo usufruto de um dos melhores anos da sua vida; ter uma rampa de lançamento para o internato de formação específica e, por fim, moldar o ano de Formação Geral de acordo com os seus interesses e com aquilo que lhe será mais útil no futuro.
 
Testemunho do Dr. Celso Miguel Furtado Cabral Gomes da Costa
IFG no Centro Hospitalar do Baixo Vouga, E.P.E. em 2020
Entrevistadora: Andreia Gi, 6º ano




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