Tratar
todas as doenças que afetam especificamente a mulher em todas as fases da vida
e promover o nascimento de recém-nascidos saudáveis. Quais são as principais
frentes de ação? Na ginecologia passa por consulta, exames e bloco operatório.
Na obstetrícia passa pela consulta e bloco de partos. A urgência é transversal.
Em que momento do seu
percurso académico decidiu que tinha interesse em seguir esta especialidade?
No
meu caso apenas durante o internato geral, atual ano comum.
Quais as principais
razões para ter tomado esta escolha? O que mais procurava e entusiasmava nesta
decisão?
Gostava
de especialidade cirúrgica e queria especialidade que fosse necessária em todos
os hospitais. O que mais procurava e entusiasmava nesta decisão? Vontade de aprendizagem
e dedicação a área específica.
Quais são os principais
locais/serviços onde acontece o seu trabalho diário?
No
meu caso a urgência e ecografia obstétrica.
Como descreveria o ambiente
entre médicos internos/médicos especialistas/enfermeiros/doentes nos serviços
por onde passa?
De
forma global os internos são bem recebidos em todos os serviços. Um serviço com
internos é um serviço que não “morre”. No bloco de partos há sempre alguma
tensão com os enfermeiros especialistas nomeadamente no balizar de
responsabilidades, mas são locais onde é necessário articular bem equipas
multidisciplinares.
Como é a entreajuda
entre os médicos mais e menos experientes?
É
real, fruto das especificidades e de emergências imprevisíveis, há trabalho de
equipa.
Considera que existe
idoneidade na maior parte das valências pelas quais passa?
Sim,
sem dúvida.
Como é a qualidade de
ensino?
Excelente.
Existe, no seu
trabalho, a possibilidade de realizar estágios complementares (estrangeiro,
formação complementada noutro centro, …)?
Sim,
e sem qualquer entrave.
Como descreveria um dia
de trabalho nesta especialidade?
A
especialidade é muito vasta, mas de forma geral há 1 dia semanal para urgência
(12 ou 24h dependendo dos serviços) e os restantes dias são dedicados às
atividades do estágio naquele momento por exemplo, numa tira cirúrgica haverá
dia de consulta, dia de bloco e apoio às pacientes internadas. Noutro estágio
poderá ser atividade em enfermaria dedicada à medicina materno-fetal.
Como caracteriza o
nível de esforço e de dedicação a que é sujeito diariamente, na sua profissão?
É
elevado, fruto da pressão assistencial e da pressão preparação teórica e
produção científica.
Considera que esta
especialidade é capaz de dar uma boa abertura para a existência de hobbies?
Claro
que sim, mas qualquer internato é exigente.
E relativamente à vida
pessoal/familiar?
Também,
embora a pressão assistencial seja grande e as urgências incluem noites e fins
de semana.
Relativamente à carga
horária, como considera ser a sua carga de trabalho e como descreve as
restantes obrigações (horas de trabalho extra, bancos, …)?
Nos
serviços são cumpridas as 40h semanais e depois há limites para horas extra.
Mas muitas horas de trabalho fora do hospital.
Ainda nesta questão, o
que varia, ao longo dos anos de internato?
Consoante
mais velho, maior solicitação para horas extra na urgência.
Como interno, como
é/foi o seu grau de independência nas técnicas e abordagem para com os doentes?
Progressiva
e com autonomia crescente, mas sempre apoiado caso necessário.
Quais as
subespecialidades pelas quais se poderá optar?
Ginecologia
oncológica, uroginecologia/pavimento pélvico, senologia, endoscopia, patologia
trato genital inferior, medicina da reprodução, medicina materno-fetal e
diagnóstico pré-natal/ecografia obstétrica.
Existe liberdade total
para esta escolha?
De
uma forma global sim, mas por vezes há necessidades dos serviços o que implica um
direcionamento para essa área em falta.
Como acontece o
processo?
Há
estágios opcionais durante o internato e após a conclusão do mesmo, essa diferenciação
é geralmente feita em serviço.
Como acontecem os
momentos de avaliação?
Anual
no próprio serviço ou no final de cada estágio efetuado fora do serviço.
Em que período do ano?
1º
trimestre de cada ano ou no final de cada estágio efetuado fora do serviço.
Qual o grau de dedicação
e maiores dificuldades?
São
exames de avaliação do percurso anual e teórico-prático, geralmente com vista a
preparação para o exame final e de forma a corrigir lacunas no ano seguinte.
Qual diria ser a maior
dificuldade que encontra nesta especialidade?
Como
há muitos serviços com idoneidade, nem todos promovem a investigação científica
e tempo para isso.
Quais os principais
fatores positivos na sua especialidade?
O
internato está muito bem organizado e permite uma formação geral de elevada qualidade.
Como descreveria a sua
especialidade em relação à possibilidade de:
Progressão
de carreira – existe e com
serviços grandes.
Enveredar
pela carreira investigacional –
possível, mas pouco procurada.
Constante Inovação científica – não sendo das mais inovadoras,
a inovação
existe.
Oportunidades
de trabalho tanto no setor privado como público – Enormes. Há carência em muitos hospitais do país.
Escolhia novamente esta
especialidade?
Sim.
Está a corresponder às
expectativas que tinha?
Sim.
Quais foram as
principais surpresas?
A
necessidade de estudo de patologias médicas na área da medicina materno-fetal.
Diria que é necessário
mais talento/arte ou, por outro lado, estudo/dedicação para se prosseguir esta
especialidade?
A
dedicação garante o sucesso, no entanto o talento permite alcançar esse sucesso
mais cedo.
Tem alguma consideração
importante a fazer que ainda não tenha sido abordada?
É
uma especialidade que terá sempre urgência durante toda a carreira. Tem imensas
possibilidades uma vez que é uma especialidade muito abrangente, desde só fazer
ecografia até só operar.
Texto redigido com a
ajuda do Dr. Pedro Rocha, médico interno de Formação Específica em Ginecologia e
Obstetrícia
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