Unidade Local de Saúde de Matosinhos, E.P.E.

Cartaz: Gonçalo Sabrosa, 3º ano


Número de vagas para ingresso em 2022: 40

Número de vagas para ingresso em 2021: 41
Classificação normalizada do último colocado em 2021: 81,956
 
Número de vagas em 2020: 55
Classificação normalizada do último colocado em 2020: 85,077
 
1) Como é o seu dia-a-dia enquanto interno nesse centro hospitalar?
O dia-a-dia é o normal de um médico no internamento. Entrada entre as 08h e as 08h30, dependendo da especialidade, ir vendo os sinais vitais dos doentes, reunir com a equipa e dividir os doentes. Depois, juntamente com a equipa, reunir com a enfermeira de referência, que nos passa informações sobre os nossos doentes, se aconteceu alguma coisa durante a tarde/noite, se temos que fazer alguma alteração na terapêutica, se há algo pendente. Depois, cada médico passa visita aos seus doentes, normalmente ficamos com 3-6 doentes cada um e, no final da manhã ou início da tarde, reunimos a equipa para discussão de todos os doentes. Depois, há um dia por semana de Serviço de Urgência (SU).
O dia-a-dia varia consoante a especialidade em que estamos. Relativamente à hora de entrada, em Cirurgia e Medicina Geral e Familiar (MGF), entramos por volta das 08h, sendo que em MGF também varia consoante o tutor. No internamento, a primeira parte do dia passa por ver as vigilâncias dos doentes (sinais vitais, glicemias, débitos urinários, etc). A seguir, reunimos com a enfermeira-chefe que nos dá informações relevantes que lhe tenham sido dadas durante a passagem de turno. No meu caso, via os doentes de forma autónoma, escrevia os diários e ao final da manhã/início da tarde discutia os doentes com o chefe de equipa. Em Cirurgia, este processo podia ser mais demorado, porque muitas vezes os cirurgiões estão no bloco e temos de aguardar. Ainda assim, não é nada de extraordinário. Se tiverem interesse em ir ao bloco é só pedir. Acho que são muito recetivos a isso e até gostam, mas em primeiro lugar temos de garantir que o internamento ficou todo feito.
Em Medicina Interna, fazemos SU, mas em Cirurgia não.
No caso de MGF, a realidade corresponde à habitual de uma USF. No meu caso em específico, senti até que me foi dada autonomia. A minha tutora deu-me liberdade para fazer consulta aberta sozinha, o que a meu ver foi muito positivo. Sempre com o apoio dela para discutir, como é óbvio.
No meu ano em Pediatria só fizemos Atendimento Pediátrico Referenciado (urgência referenciada) e não fomos ao Centro Hospitalar Universitário de São João. Mais uma vez se tivermos interesse em ir ao Centro Hospitalar Universitário de São João (fazer SU de Pediatria “a sério”) é só pedir! Sem vergonha, eles são recetivos.
 
2) Faz noites?
No hospital Pedro Hispano, os IFGs só fazem noites na rotação de Pediatria (quando fazem Serviço de Urgência no Centro Hospitalar Universitário de São João, que são cerca de 2 noites no total dos dois meses de pediatria).
Não fiz uma única noite!
 
3) Tem autonomia para tomar decisões clínicas?
Temos muita autonomia em Cirurgia, autonomia muito orientada em Medicina Interna e zero autonomia em Pediatria (exceto berçário). A autonomia nos Cuidados de Saúde Primários depende de orientador para orientador.
De modo geral, temos a autonomia adequada para as nossas capacidades. Não me senti “presa”, mas também não me senti desamparada. Da minha experiência, tive autonomia em Pediatria em particular no berçário e no internamento.
 
4) Como é a relação médico interno-médico especialista?
Muito boa; a maioria das vezes, há uma excelente relação com todos os profissionais. É um hospital bastante acolhedor.
Espetacular. Escolhia de novo sem pensar duas vezes.
 
5) Em que hospital(ais) e USF(s) podem ser efetuadas as rotações?
A nível hospitalar, é sempre no hospital Pedro Hispano, acrescentado que fazem 4/5 no Serviço de Urgência de Pediatria do Centro Hospitalar Universitário de São João (dia ou noite).
USFs há várias - centros de saúde em Senhora da Hora, Leça da Palmeira, Custóias e Matosinhos.
        Hospital Pedro Hispano e ACES de Matosinhos.
 
6) Há flexibilidade para conjugar o internato de formação geral com outras atividades, por exemplo investigação?
Absolutamente.
Sem dúvida!
 
7) Quais são as vantagens e desvantagens de escolher esse centro hospitalar para realizar o internato de formação geral?
Vantagens:
  - Não fazer Serviço de Urgência em Cirurgia Geral (fins-de-semana e noites livres durante 3 meses);
- Serviço de Urgência de Medicina Interna é sempre de dia (não fazem noite);
- Acompanhamento por especialistas e por isso, aprendemos;
- Possibilidade de ir para a pequena cirurgia da urgência, para aprender a suturar;
- Possibilidade de ir para o bloco com a cirurgia plástica e equipa de mama;
- 6 meses sem Serviço de Urgência, com fins de semana livres, noites livres;
- Localização!
Desvantagens:
- Registo biométrico sempre obrigatório;
- Não fazer Serviço de Urgência de cirurgia (para quem gosta de especialidades cirúrgicas, pode ser mau);
- Zero autonomia em Pediatria (estágio observacional, o que pode ser mau para quem gosta da especialidade);
- Em alguns centros de saúde, há pouca autonomia.
Vantagens: não fazemos noites, não fazemos SU de Cirurgia, disponibilidade dos profissionais para ajudar e ensinar, ambiente acolhedor, abertura para participar em diferentes atividades médicas (pequena cirurgia, consulta, SU à noite, ...) desde que se mostre interesse, parque de estacionamento ao lado do hospital.
Desvantagens: talvez o registo biométrico mas não considero que seja um fator de exclusão. É facilmente gerido.
 
8) Que conselho daria a um finalista de medicina que está prestes a fazer essa escolha?
Acho que deves escolher pensando naquilo que gostas, e se o hospital te oferece experiências que te possam ajudar a decidir a tua especialidade futura.
Todos os hospitais têm vantagens e desvantagens. Por isso não fiquem desapontados se não conseguiram o hospital que mais queriam, porque de modo geral acaba sempre por ser um ano de muita aprendizagem, mas também diversão. É um ano que passa rápido por isso o tempo que estão no hospital aproveitem para experimentar as diferentes especialidades para que depois a escolha seja feita de forma ponderada e pensada.
 
Testemunho da Dra. Raquel Diana de Lima Cunha
IFG na Unidade Local de Saúde de Matosinhos, E.P.E. em 2020
Atualizado pela Dra. Ana Carolina Cordeiro da Silva Mendes Cerqueira
IFG na Unidade Local de Saúde de Matosinhos, E.P.E. em 2021
Entrevistadora: Dra. Andreia Gi
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