Número de vagas para ingresso em 2022: 50
Número de vagas para ingresso em 2021: 38
Classificação normalizada do último colocado em 2021: 63,643
Número de vagas para ingresso em 2020: 45
Classificação normalizada do último colocado em 2020: 66,168
Classificação normalizada do último colocado em 2021: 63,643
Número de vagas para ingresso em 2020: 45
Classificação normalizada do último colocado em 2020: 66,168
1) Como é o seu dia-a-dia enquanto interno nesse centro hospitalar?
O meu dia-a-dia como Interna de Formação Geral (IFG) no Centro Hospitalar de Setúbal variou ligeiramente conforme o estágio que estava a realizar. Geralmente, entrava, em todos os estágios, por volta das 9h00 (em Cirurgia Geral entrava às 8h00-8h30 h) e a hora de saída era habitualmente entre as 15h00-16h30 (por vezes, no estágio de Medicina Interna poderia sair ligeiramente mais tarde). Nos dias de Urgência, obviamente os horários eram diferentes.
Durante a situação de confinamento/pandemia fomos convidados a participar na saúde pública fazendo inquéritos epidemiológicos durante o horário de trabalho e horas extras caso quiséssemos (quer quem estava em MGF quer quem estava em meio hospitalar).
Durante o ano, foi possível sair do hospital e fazer algumas atividades com os outros IFGs e criámos boas amizades. O COVID estragou-nos muitos planos, mas ainda assim conseguimos manter-nos muito unidos.
2) Faz noites?
Nunca fiz noites. Todos os bancos são diurnos. Em Pediatria e em Cirurgia Geral, os bancos são sempre entre segunda e quinta-feira (num dia fixo, embora haja alguma flexibilidade para trocas esporádicas), não havendo turnos aos fins-de-semana. Em Medicina Interna realizamos a rotação da equipa de banco em que somos inseridos, embora sempre das 8h00-20h00 (dia semanal fixo e rotação de fim-de-semana).
3) Tem autonomia para tomar decisões clínicas?
A autonomia para tomar decisões clínicas vai sendo progressiva. Somos sempre acompanhados e temos abertura para discutir tudo com assistentes ou internos mais velhos. Há sempre alguém para ajudar. Uma das coisas que não temos autonomia para fazer é prescrever no internamento: todas as prescrições têm que ser discutidas e realizadas por assistentes ou internos mais experientes. Mas isto não quer dizer que não aprendamos a prescrever, até porque há sempre vontade para nos ensinarem. No serviço de urgência podemos prescrever, mas discutimos sempre com alguém as decisões que tomámos.
4) Como é a relação médico interno-médico especialista?
A relação entre os médicos internos e os médicos assistentes é muito boa. Em qualquer dos estágios e em qualquer situação, há sempre alguém que nos ajuda e nos orienta. Como é óbvio, e isto vale para qualquer local onde trabalhem muitas pessoas, há conflitos. Mas nunca me senti afetada por eles e fui sempre bem tratada.
5) Em que hospital(ais) e USF(s) podem ser efetuadas as rotações?
O centro hospitalar compreende dois hospitais: o Hospital de São Bernardo (que tem uma unidade de Psiquiatria na periferia da cidade - a Unidade de Doentes de Evolução Prolongada (UDEP) que é destinada ao internamento de doentes crónicos) e o Hospital Ortopédico Sant’Iago do Outão. O Hospital de São Bernardo é onde decorrem todos os estágios hospitalares. O estágio de Cuidados de Saúde Primários decorre em várias USF e UCSP pertencentes ao ACeS Arrábida e que se localizam em Setúbal, Azeitão, Palmela, Sesimbra, Águas de Moura, Poceirão, entre outros locais. O estágio de Saúde Pública pode decorrer também em vários locais (Setúbal, Palmela ou Sesimbra).
6) Há flexibilidade para conjugar o internato de formação geral com outras atividades, por exemplo investigação?
Durante o ano de IFG, consegui fazer uma pós-graduação e poderia ter feito mais coisas, se o COVID assim o tivesse permitido. Não consigo dar uma opinião informada sobre a conjugação de investigação ou atividade letiva porque foi um ano extremamente atípico.
Posso acrescentar que também estou inscrita numa pós graduação pós laboral e que é perfeitamente fazível.
7) Quais são as vantagens e desvantagens de escolher esse centro hospitalar para realizar o internato de formação geral?
Eu escolhi o Centro Hospitalar de Setúbal como primeira opção por motivos pessoais. Voltaria a escolher o mesmo hospital para o ano de IFG, agora por outros motivos: apesar do hospital ter alguns problemas (sobretudo burocráticos!), em termos de relações pessoais e aprendizagem penso que é uma escolha acertada. Em termos de acessos, o hospital está muito bem localizado: de carro, é muito perto da saída da auto-estrada e não é necessário ir para o centro da cidade (é fácil também arranjar estacionamento gratuito e o hospital tem um parque, embora seja pago); de comboio (Fertagus) é muito fácil já que a estação fica a 5 min a pé do hospital; o mesmo se passa com a paragem de autocarros. Uma parte do IFGs alugou casa em Setúbal (ou morava já em Setúbal) e uma outra parte vinha de Lisboa ou arredores.
Acrescento e reforço que é um ótimo centro para aprender e praticar. Em termos de desvantagens, ninguém recebe horas extras de banco ou durante o serviço que ultrapasse as 40h semanais. E agora, com a situação Covid, não pudemos tirar dias de formação.
8) Que conselho daria a um finalista de medicina que está prestes a fazer essa escolha?
O meu conselho para quem vai começar como IFG é que olhem para este ano como um ano de aprendizagem, que se quer calma, com menos pressão e com o devido apoio.
Testemunho da Dra. Andreia Filipa da Silva Curto
IFG no Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E. em 2020
Atualizado pela Dra. Cátia Esmeralda dos Santos do Chão
IFG no Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E. em 2021
Entrevistadora: Dra. Andreia Gi
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