2020: o ano que esteve nas
bocas do mundo e que o mundo viu passar; em que tudo mudou e nada mudou –
graças a todos aqueles que arregaçaram as mangas e não tiveram mãos a medir.
Começamos 2020 com a breve ilusão que andava por aí um vírus, uma coisa manhosa
vinda da China, que não chegaria depressa até nós, Portugal, extremo ocidente
da Europa. Não chegaria – mas chegou. Tão feroz que nem demos conta e, quando
demos, fechamos portas e abraços ao mundo, que ficou à nossa espera. Mas a
pandemia não são só maleitas: a poluição diminuiu; os oceanos tornaram-se num
lugar melhor; a urbanização foi obrigada a ficar em standby para que a
transmissão e a progressão da curva abrandassem. Respiramos fundo e abrimos mão
de muita coisa que tínhamos como garantida e, bem ou mal, se estás a ler isto, é
porque sobreviveste a esta loucura.
Mas 2020 não foi só sobre máscaras,
medidas de higiene, segurança e número de casos. 2020
trouxe à tona um movimento que havia começado em 2013 e que, desta vez, veio com
mais força - Black Lives Matter, depois da morte de George Floyd, do seu
último suspiro - “I can´t breathe”. Muitos, depois dele, foram últimos
suspiros em prol de um movimento contra o racismo, contra a desigualdade,
contra a diferença (ou indiferença). Muitos perderam, mas creio que apesar
disso, a Humanidade ganhou um bocadinho mais daquilo que nos liga, um bocadinho
mais de si própria. Somos
todos iguais, não há preto no branco, nem branco no preto, nenhum vive mais,
nenhum vive menos, vivemos exatamente aquilo que for para nós e, lá dentro, o
sangue que nos corre nas veias é todo igual.
Depois de tanto suspirarmos,
vieram finalmente as eleições americanas– de mãos a apontar para o céu
(mas sobre política e futebol passo facilmente a bola para canto) – e veio Joe,
a prometer esperança.
E é sobre esperança que vos
quero falar. Esperança na vacina; esperança na Amazónia verde e bonita, depois
de toda a tragédia; esperança na América e na Humanidade; nos jogos olímpicos
que passaram a perna para o ano que aí vem; na igualdade de direitos e deveres;
nas mãos dadas – todos – sem julgamento, sem critica, sem máscaras - outra vez.
2020 foi um ano daqueles! Fez-me
questionar se todos os pequenos pontos e vírgulas estavam no lugar certo. Fez-me
procurar respostas para perguntas que nem sabia formular. Fez-me bem, mal,
deu-me pontapés e empurrões, mas fez-me saltar. To the next level – é
assim que lhe chamo, é lá que estou.
2020 foi um ano daqueles, no
geral. Nenhum de nós o consegue negar! Daqui a 20, 30, 40, que importância
terá, no panorama geral?
Sobre 2021: Uma nova passagem,
num novo começo, numa nova contagem. A mesma pandemia, os mesmos problemas, mas
com uma lufada de ar fresco, com baterias carregadas e corações abertos. Que
sejamos tão fortes quanto fomos neste 2020: porque há esperança.
Francisca Pinho Rocha, 6º Ano
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